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A menos de dois anos da estreia no grid, Audi já movimenta o mercado da F1

Quando ex-chefe de mecânicos da Red Bull, Leeroy Stevenson, anunciou que estava deixando o time depois de 18 anos de casa "para ir para o outro lado do pitlane", já estava claro quem tinha atraído o britânico: a Audi, que vai assumir a vaga que é hoje da Sauber, está em busca de profissionais em todas as áreas, e tem colocado pressão no mercado também de pilotos.

No Japão, Stevenson fez sua primeira corrida na nova casa, junto de outros rostos conhecidos de equipes maiores entre os mecânicos. E isso deve virar tendência daqui até a estreia do time alemão, em 2026.

Até porque, quem está chegando, com a experiência de trabalhar em equipes com mais estrutura, já percebeu deficiências importantes na maneira como a Sauber atualmente trabalha. A questão dos pit stops lentos que estão marcando o início do campeonato do time, tem muito a ver com os equipamentos usados para fazer a troca de pneus, que são inconsistentes dependendo da temperatura. Mas também tem a ver com os procedimentos.

E este é só um dos fatores que têm de ser melhorados antes que o time se torne a equipe de fábrica da montadora alemã. Por isso, eles têm buscado atrair profissionais em todas as áreas. Já foram feitas pelo menos 100 contratações.

Agora que houve um ajuste no teto orçamentário para equiparar os salários da Suíça, onde ficará a sede da Audi (na mesma fábrica onde hoje funciona a Sauber, que está em processo de venda total para os alemães), com Inglaterra e Itália, eles podem oferecer salários mais competitivos. Como o custo de vida na Suíça é mais alto, cada 150 mil francos suíços pagos aos funcionários contam como se fossem 100 mil francos suíços no teto.

Comentando sobre a saída de Stevenson, que foi seu mecânico número 1 até 2020, Verstappen disse entender a decisão do profissional. "Eles ofereceram uma ótima oportunidade. Não o culpo por tentar algo diferente. Dividimos grandes momentos juntos, e às vezes a vida te dá oportunidades, e talvez você pode sair um pouco de sua zona de conforto, tentar algo novo. E, se não funcionar, você pode voltar."

Audi quer definir logo seus pilotos - e tem duas vagas

Carlos Sainz no box da Ferrari durante o GP da Arábia Saudita
Carlos Sainz no box da Ferrari durante o GP da Arábia Saudita Imagem: Ferrari/Divulgação

Mas não é só o mercado de mecânicos e engenheiros que a Audi está movimentando. Os alemães querem definir o quanto antes sua dupla de pilotos, e quer que eles já estejam com a Sauber no ano de transição de 2025. E não trabalham com a possibilidade de permanecerem com Valtteri Bottas ou Guanyu Zhou, sua atual dupla.

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Ou seja, são duas vagas para um projeto que é uma incógnita, mas que pode ser uma boa aposta para o futuro. A F1 estreia novas regras em 2026, incluindo uma nova unidade de potência, então assinar com a Audi significa estar em uma equipe de fábrica quando a performance dos motores será um diferencial.

Eles conversam há tempos com Carlos Sainz, mas a bomba que Lewis Hamilton jogou no mercado indo para a Ferrari fez com que outras oportunidades se abrissem para o espanhol, quem tem chances na Red Bull, Mercedes e Aston Martin. São três equipes que produzem o próprio motor (no caso da Aston Martin, por meio de uma parceria com a Honda) e que oferecem um risco menor que a transferência para a Audi.

Por outro lado, existe um certo temor por parte de Sainz de sobrar, já que o mercado está muito movimentado bem antes do normal, como lembrou também Helmut Marko. "O mercado de pilotos explodiu em abril, e normalmente ninguém fala disso em abril. É ridículo, mas não vamos cair nesse jogo. Ouvi que a Audi está colocando pressão, mas é um pouco estranho que alguém que esteja chegando coloque pressão no mercado de pilotos."

Outro nome muito ligado à Audi é Nico Hulkenberg, alemão também, experiente e que tem feito um bom trabalho na Haas.

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