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Ricciardo planeja voltar ao grid da F1 só em 2024. Mas há vagas para ele?

O australiano Daniel Ricciardo, da McLaren, antes do GP da Hungria, no domingo passado - McLaren
O australiano Daniel Ricciardo, da McLaren, antes do GP da Hungria, no domingo passado Imagem: McLaren

Colunista do UOL

17/10/2022 04h00

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Daniel Ricciardo já confirmou que não estará no grid da Fórmula 1 como titular na próxima temporada. O australiano foi liberado da McLaren um ano antes do final de seu contrato, para dar lugar ao novato Oscar Piastri, e insiste que sua carreira na categoria não terminou. Seu plano é continuar ligado a alguma equipe para tentar um retorno em 2024.

De fato, algumas vagas podem se abrir, mas dificilmente entre os times grandes. Apenas Lewis Hamilton tem contrato apenas até o final de 2023, e Toto Wolff e o piloto já indicaram a intenção de renovar o acordo.

Quando o inglês assinou seu atual contrato, a expectativa era de que esse seria seu último na F1, mas recentemente Wolff disse que a renovação é uma realidade e que o heptacampeão ainda tem "cinco anos pela frente". Hamilton faz 38 anos em janeiro, mas o exemplo de Fernando Alonso, que assinou por mais de um ano com a Aston Martin aos 41 mostra que é possível seguir em alto nível.

Outros pilotos têm contratos mais longos. O de Max Verstappen com a Red Bull vai até 2028, ainda que com cláusulas que permitem que ele saia antes. Sergio Perez, Carlos Sainz, Charles Leclerc e Oscar Piastri têm acordos válidos até o final de 2024. O de Lando Norris vai até o fim de 2025 e o de George Russell é de longo prazo e foi assinado ano passado.

Mesmo na Alpine, que já não quis contratar Ricciardo para o ano que vem, preferindo Pierre Gasly, não deve haver vagas até o final de 2024. E na Aston Martin Alonso assinou por "múltiplos anos" e Lance Stroll só sai se quiser. Com isso, restariam opções potencialmente na AlphaTauri, Alfa Romeo, Haas e Williams.

Ricciardo sequer considerou Haas e Williams para a temporada 2023. Ou seja, o cenário não parece favorável a um retorno do australiano como ele planeja. A Haas, inclusive, fará um anúncio nesta quinta-feira, às vésperas do GP dos Estados Unidos. Espera-se que um veterano, Nico Hulkenberg fique com a vaga que é atualmente de Mick Schumacher. Já a Williams deve esperar até o final de novembro. Estas são as duas últimas vagas do grid para o ano que vem.

Não que Ricciardo não tenha opções. A equipe Trackhouse demonstrou interesse em dar uma oportunidade ao australiano na Nascar. E ele já teve as portas da Indy abertas pelo atual chefe, Zak Brown. No momento, contudo, o piloto de 33 anos diz que esse tipo de projeto só afastaria seus esforços da F1, e ele não se sente pronto para isso.

Embora tenha tido altos e baixos desde que saiu da Red Bull em 2018, decepcionando especialmente nesta temporada, Ricciardo acredita que as más performances são apenas uma questão de falta de confiança no carro. Ele precisa de um carro previsível na freada, com a traseira mais presa, e a McLaren simplesmente não tem essa consistência. Seu companheiro Lando Norris consegue lidar com isso. Ele não.

Isso pesa contra a ideia de Ricciardo de voltar ao grid. A Alpine não o quis porque vê nele um piloto em declínio que precisa de um carro com um comportamento específico para render bem. E isso faz dele uma aposta arriscada tanto para 2023, quanto para o futuro.