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Como Magnussen superou Fittipaldi e Hulkenberg para ficar com vaga na Haas

Kevin Magnussen (direita), novo piloto da Haas, no 1º dia de testes da F1 no Bahrein - Divulgação/Haas
Kevin Magnussen (direita), novo piloto da Haas, no 1º dia de testes da F1 no Bahrein Imagem: Divulgação/Haas

Colunista do UOL

10/03/2022 16h15

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Enquanto Pietro Fittipaldi testava o carro da Haas no primeiro dia da segunda bateria de testes da pré-temporada da Fórmula 1, o novo titular da equipe, Kevin Magnussen, dava entrevistas sem esconder a surpresa por estar de volta à categoria pouco mais de um ano depois de anunciar sua saída. Não é para menos: há uma semana, isso não parecia ser um cenário realista para ele.

Magnussen vai entrar na vaga que era de Nikita Mazepin, que perdeu o posto quando a Haas decidiu romper o acordo com sua patrocinadora devido à guerra da Ucrânia. E o dinamarquês não traz consigo um cheque gordo como seu antecessor. A contratação se deu muito em função da admiração que o dono da equipe, Gene Haas, tem por seu ex-piloto.

"Não sabia que sentiria tanta falta da F1", disse Magnussen ao explicar por que deixou dois contratos lucrativos com Chip Ganassi e Peugeot para atender ao chamado. Logo ele que disse quando estava de saída que não se interessava por andar nas últimas posições, como vinha sendo sua realidade no final de seus quatro anos de carreira na Haas.

A princípio, ele não precisaria trazer dinheiro, mas caso o faça futuramente poderia tirar uma parte do acordo para si, prática que não é incomum na F1.

Isso, é claro, aumenta a frustração de Fittipaldi, que se movimentou rapidamente depois que a gravidade da situação na Ucrânia ficou clara e conseguiu um bom aporte de patrocinadores. Querendo mudar a imagem do time e focando em um nome experiente, Gene Haas decidiu não aceitar a proposta.

Fittipaldi, inclusive, não foi o único piloto que apresentou uma proposta financeiramente vantajosa para a Haas. Na segunda vez que viu negociações com os norte-americanos naufragarem, Nico Hulkenberg também foi preterido. Ele é até mais experiente que Magnussen, mas não conta com a admiração que Haas tem pelo dinamarquês.

Financeiramente, a decisão passa por uma mudança de postura do próprio Haas, que vinha optando por obter acordos lucrativos com seus pilotos (inclusive Magnussen, no passado, trouxe patrocínio para a equipe) para evitar investir, ele mesmo, no time. Essa postura deve mudar nesta temporada. Além disso, também é sabido que a Haas recebeu de forma adiantada o dinheiro do patrocínio da UralKali, deixando o time mais tranquilo pelo menos a curto prazo.

Magnussen terá um dia de preparação no total antes do início do campeonato, dividindo os trabalhos com o novo companheiro Mick Schumacher nesta sexta-feira e sábado.