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Mercedes e Lewis Hamilton não se entendem sobre estratégia do GP da Turquia

Lewis Hamilton e Sergio Pérez brigam por posição durante GP da Turquia - Murad Sezer/Reuters
Lewis Hamilton e Sergio Pérez brigam por posição durante GP da Turquia Imagem: Murad Sezer/Reuters

Colunista do UOL

10/10/2021 13h52

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Lewis Hamilton e a Mercedes saíram da Turquia decepcionados com o quinto lugar do inglês na prova vencida por seu companheiro, Valtteri Bottas, e na qual Max Verstappen, segundo colocado, retomou a liderança do campeonato, abrindo seis pontos para o heptacampeão. A equipe e o piloto acreditam que a estratégia adotada não tenha sido a melhor, mas defendem duas táticas diferentes entre si.

A quinta colocação era o resultado que as simulações da Mercedes mostravam ser o possível em uma prova normal, disputada no seco. Porém, uma fina garoa marcou o domingo, e abriu as chances de o inglês, que largava em 11° devido a uma punição pela troca do motor, perder menos pontos em relação a Verstappen.

Na primeira parte da prova, Hamilton veio escalando o pelotão e brigava com a outra Red Bull, de Sergio Perez, quando o mexicano parou nos boxes, a exemplo de Verstappen e Bottas, a 21 voltas do fim. Naquele momento, o pneu intermediário de Hamilton, já praticamente liso, ainda estava rendendo bem, e ele não quis copiar a estratégia dos demais, pedindo para ficar na pista.

A equipe concordou, mas após a prova o chefe da Mercedes, Toto Wolff, admitiu que essa não foi a melhor opção. "Com umas 12 voltas para o fim pensamos que os tempos de volta dele estavam muito bons. E daí o ritmo começou a cair muito, ao passo que Perez tinha conseguido fazer o pneu novo funcionar. Foi então que começamos a perder 1.5, 2s, e ficou claro que iríamos perder aquela posição, e provavelmente também para Leclerc e Gasly."

Foi então que a Mercedes chamou Hamilton aos boxes, com oito voltas para o final. Ele perdeu as posições para Leclerc e Perez com a parada, e não conseguiu se recuperar. "Olhando em retrospecto, teríamos parado 10 voltas antes e lutado na pista, e provavelmente ele terminaria em terceiro ou quarto", reconheceu Wolff.

A aposta da Mercedes foi que a pista poderia secar, e então o pneu muito usado de Hamilton poderia ser uma vantagem, ou ele poderia parar e colocar pneus de pista seca. Já o piloto acredita que o melhor seria não ter feito nenhum pit stop na corrida, algo que o regulamento permite quando se utiliza pneus de chuva. "É difícil porque eu não tenho muitas informações. Só posso ver o carro que está na minha frente, mas não sei o que eles veem. Você tem que confiar na equipe. Não sei qual era a melhor decisão e vou falar com eles, mas sinto que eu deveria ter continuado na pista. Não ficamos e acabei perdendo duas posições."

Hamilton reclamou com a equipe por ter sido chamado aos boxes, e Wolff admitiu que a comunicação pode ser melhorada. "O piloto tem a sensação vital na pista a respeito do nível de aderência. Mas ele não sabe como está em relação aos outros. É nessa informação que temos de trabalhar."

Para Verstappen, foi um ótimo resultado para quem saiu do carro na sexta-feira bastante descontente com o rendimento da Red Bull. Na disputa entre quem conseguiu minimizar mais os danos depois de trocar o motor, o holandês se deu melhor: ele largou em último na Rússia e chegou em segundo. Já Hamilton foi de 11º para quinto, embora a perda em termos de pontuação não seja muito diferente: como o inglês venceu na Rússia, Verstappen perdeu sete pontos em relação a ele. Agora, o piloto da Mercedes perdeu oito. Por outro lado, Rússia e Turquia foram pistas em que o rendimento da Mercedes foi superior ao da Red Bull.

A próxima corrida da Fórmula 1 será nos Estados Unidos, em duas semanas, em outra pista em que a Mercedes costuma andar bem. E depois há uma sequência de provas em que a Red Bull deve ser melhor, no campeonato mais equilibrado da categoria pelo menos desde 2012.