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Chefes da F1 defendem decisão de dar pontos e vitória a GP com três voltas

Carros andam sob chuva atrás do safety car no GP da Bélgica de Fórmula 1 - JOHN THYS/AFP
Carros andam sob chuva atrás do safety car no GP da Bélgica de Fórmula 1 Imagem: JOHN THYS/AFP

Colunista do UOL

30/08/2021 06h25

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Tão logo Max Verstappen subiu ao pódio para comemorar a vitória do GP da Bélgica, com George Russell em segundo, conquistando seu primeiro pódio da carreira, e Lewis Hamilton em terceiro, o diretor de prova, Michael Masi, e o CEO da F1, Stefano Domenicali, estavam explicando à imprensa porque a categoria considerou válida uma prova com apenas três voltas atrás do Safety Car.

"Os interesses comerciais não influenciaram as decisões da direção de prova", dizia Domenicali, enquanto Masi falava que "tentamos abrir todas as oportunidades que estão nas regras para tentar ter uma corrida."

A grande questão não é se deveria ter havido uma corrida, já que as condições climáticas eram péssimas. Mas, sim, se o melhor não teria sido cancelar o evento de uma vez. A solução encontrada permitiu que os contratos comerciais fossem cumpridos, e toda a demora de quase quatro horas para todo esse processo também garantiu a exposição das marcas atreladas à categoria.

O consenso geral, a partir do momento em que começou a chover consistentemente desde cerca de meia hora antes do horário da largada (algo que só parou por volta das 21h locais) era de que seria inviável ter bandeira verde. Os carros de Fórmula 1 são muito grandes e largos atualmente, além de serem baixos (aumentando o risco de aquaplanagem) e terem pneus traseiros também mais largos. Isso faz com que o spray e a consequente falta de visibilidade sejam um problema muito maior que no passado.

E, como choveu muito em Spa desde quinta-feira, todo o solo das áreas de escape estava encharcado, dificultando que a água escoasse. Ou seja, embora Masi diga que a tentativa da segunda largada, já depois das 18h locais, foi genuína, é difícil acreditar que não tenha se tratado apenas uma forma de cumprir o regulamento para considerar a corrida válida.

"Havia uma janela de oportunidade na qual nós sentimos que poderíamos encaixar algumas voltas de corrida. Nós já tínhamos visto no sábado como o clima muda muito rapidamente neste lugar. Então achamos que dava para fazer algumas voltas, mas o clima se deteriorou muito rapidamente e, infelizmente, não pudemos fazer isso."

GP mostrou furos no regulamento

Foi uma tarde bastante atarefada para Masi, que acabou encontrando algumas situações não previstas no regulamento. Não há, por exemplo, nenhum procedimento previsto se não é possível realizar a prova no domingo. "Aprendemos algumas coisas sobre o que pode ser melhorado no regulamento hoje e veremos o que podemos fazer melhor no futuro, trabalhando com todas as dez equipes."

Um dos casos foi o de Sergio Perez, em que o entendimento de Masi era de que, pelo fato de seu carro ter sido guinchado até os boxes após sua batida ainda antes de o mexicano alinhar no grid, ele estava fora da corrida. Embora não seja algo que está, efetivamente, escrito nas regras. "É muito raro que isso possa acontecer, então foi um dos casos sim."

O 'circo' da Fórmula 1 já está a caminho da Holanda, onde a categoria faz a 13ª prova do campeonato neste fim de semana. Com o resultado deste domingo, Verstappen, que corre em casa, agora está a três pontos de Hamilton na disputa pelo campeonato.