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Quatro times separados por 24 pontos protagonizam briga mais acirrada da F1

Leclerc à frente de Norris durante o GP da Turquia: resultado colocou a Ferrari na briga - F1 Pool
Leclerc à frente de Norris durante o GP da Turquia: resultado colocou a Ferrari na briga Imagem: F1 Pool

Colunista do UOL

24/11/2020 04h00

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A briga pelo terceiro lugar no mundial de construtores da Fórmula 1 chegou à etapa da Turquia com três equipes separadas por um ponto - Racing Point, McLaren e Renault. Mas depois que a Ferrari conseguiu 27 pontos com um terceiro e um quarto lugares, a Scuderia fez com que a briga milionária, uma vez que parte da premiação dos times é diretamente relacionada a sua posição no campeonato, agora tenha quatro equipes com três corridas para o fim.

Os times vão para o GP do Bahrein, neste final de semana, com 24 pontos separando a terceira (Racing Point) e a sexta colocadas (Ferrari). Entre as duas estão a McLaren, cinco pontos atrás da Racing Point, e a Renault, seis à frente da Ferrari.

É difícil apontar um favorito. Desde o início do ano, a Racing Point tem um equipamento melhor, mas não conseguiu traduzir isso em resultados muito superiores, enquanto McLaren e Renault lucraram com boas execuções nas corridas e a Ferrari desenvolveu bem seu carro, recuperando terreno ao longo do ano.

Confira as 'armas' de cada equipe para chegar no 'pódio' da temporada

Racing Point - Performance

stroll - Joe Portlock/Getty Images - Joe Portlock/Getty Images
Lance Stroll durante a classificação do GP de Portugal
Imagem: Joe Portlock/Getty Images

Em condições normais, era para a Racing Point estar muito acima dos rivais na luta pelo terceiro lugar. Eles perderam 15 pontos após serem punidos devido ao processo de desenvolvimento de seu duto de freio, considerado parecido demais com o da Mercedes, e tiveram que substituir um de seus pilotos em três provas - Sergio Perez perdeu duas etapas devido à covid e Lance Stroll não correu na Alemanha devido a uma indisposição, e depois ficou constatado que ele também tinha contraído o vírus.

Por conta disso, o diretor técnico do time, Andrew Green, acredita que, em condições normais, eles devem seguir na frente. "Tudo o que precisamos daqui até o final da temporada é que as corridas sejam normais, que possamos acertar o carro de maneira normal, não ter grandes distrações ao longo do final de semana. Isso vai nos dar a melhor oportunidade possível."

McLaren - Confiabilidade

A McLaren nunca teve um carro melhor que a Racing Point, mas passou grande parte do campeonato em terceiro lugar, muito em função da execução mais limpa das corridas por parte dos pilotos, além da confiabilidade do carro, destacada pelo chefe Andreas Seidl.

Em termos de desenvolvimento, o time ficou devendo: o carro parece ter ficado mais sensível a mudanças de aderência e vento a partir das novidades que começaram a ser introduzidas no GP de Eifel, no início de outubro. "Nós definitivamente não temos ou terceiro, nem o quarto carro mais rápido no momento nesta batalha", assumiu Seidl. A queda também coincidiu com uma sequência de corridas com temperaturas mais baixas, então o fato de as três últimas etapas serem disputadas no Bahrein e em Abu Dhabi, onde as temperaturas devem ficar acima dos 20ºC mesmo com as etapas sendo disputadas ao entardecer e no inverno no Oriente Médio, pode favorecer o time inglês.

Renault - Consistência

ocon - F1 Pool - F1 Pool
A Renault precisa que Ocon (em destaque) seja mais constante na reta final
Imagem: F1 Pool

Especialmente depois das atualizações do GP da Bélgica, oitava etapa do campeonato, a Renault corrigiu uma falha que vinha custando caro para a equipe: a falta de consistência devido à pouca adaptabilidade dos carros. "Ano passado, a sensação era de que, ou estávamos bem, ou fora do top 10. E acho que agora já provamos que o carro vai bem com baixa pressão aerodinâmica e com alta também. O pacote é bom e isso nos dá confiança", avaliou Daniel Ricciardo, que foi ao pódio duas vezes nas quatro últimas provas.

Porém, para a Renault realmente sonhar com o terceiro lugar, é importante que Esteban Ocon comece a pontuar com mais frequência: o francês fez apenas dois top 10 nas últimas seis etapas.

Ferrari - Embalo

Os times não estão levando grandes novidades para as corridas finais do campeonato, já que o foco já está no ano que vem. Afinal, os carros vão sofrer mudanças no assoalho que visam tirar 10% da pressão aerodinâmica que produzem, e as equipes estão correndo para recuperar essa perda antes de focarem os carros de 2022, que serão completamente diferentes e cujo desenvolvimento começa em janeiro.

Mas a Ferrari vem demonstrando uma evolução importante com o processo de desenvolvimento lento e contínuo que adotaram, buscando entender a interação entre as novas peças ao invés de mudar muitas coisas ao mesmo tempo. O time vem embalado depois do ótimo resultado da Turquia. "Não é surpresa que uma equipe como a Ferrari, com todos os recursos que eles têm, esteja se recuperando. Eles também têm dois grandes pilotos, e obviamente são uma grande equipe", reconheceu Seidl.