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Times usam engenharia da F-1 para ajudar países na luta contra o covid-19

Charles Leclerc tem contrato com a Ferrari até 2024 - Ferrari/Dilvulgação
Charles Leclerc tem contrato com a Ferrari até 2024 Imagem: Ferrari/Dilvulgação

Colunista do UOL

20/03/2020 12h00

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Um lado que muita gente não conhece e que é fundamental para a sobrevivência de muitas equipes da Fórmula 1 agora também está a serviço da luta para acabar com a pandemia do coronavírus. Trata-se do desenvolvimento de tecnologia em diversas áreas, usando o que os engenheiros aprenderam para ganhar décimos de segundo nas pistas para outras áreas.

Pelo menos cinco das 10 equipes do grid estão engajadas para ajudar. No país mais afetado pela doença, a Itália, com mais de 3400 mortes, a Ferrari, juntamente com a Fiat Chrysler, que faz parte do mesmo grupo, e a fornecedora de peças automobilísticas Magneti Marelli, estão trabalhando junto com a Siare Engineering para melhorar o processo de fabricação e distribuição de respiradores aos hospitais. Este tem sido o grande problema dos italianos na luta contra o coronavírus: os hospitais estão sobrecarregados e já não conseguem atender à demanda, tendo de selecionar pacientes.

O chefe-executivo da Siare, Gianluca Preziosa, disse à Reuters que a empresa busca determinar o que cada um pode fazer para acelerar o processo. "Estamos conversando com a Fiat Chrysler, Ferrari e Marelli para tentar entender se eles podem nos dar uma mão na parte eletrônica do processo."

A ajuda poderia ser na parte de engenharia, para que a Siare consiga aumentar sua planta rapidamente, tendo o apoio direto de quem trabalha na FCA e na Ferrari, ou mesmo usar as fábricas das montadoras para fabricar os respiradores. Eles também estudam usar os contatos das empresas com seus fornecedores para acelerar os pedidos, já que eles trabalham com grandes encomendas.

Já na Inglaterra, Mercedes, Red Bull, McLaren e Williams estão entre as empresas que atenderam ao pedido do governo local para colocarem-se à disposição de desenvolver soluções de engenharia. Todas elas têm, à parte da equipe de Fórmula 1, uma parte em separado que usa o que foi aprendido nas pistas para outras áreas.

Novamente, o foco é na área de respiradores. Atualmente, as equipes da F-1 em si ou estão fechadas - como é o caso de Ferrari e Renault, respeitando determinação de seus governos, ou atuam com a capacidade reduzida, já que os profissionais que foram à Austrália para o que seria a primeira etapa do ano, ainda não estão aptos a retornar.

Além disso, a categoria decidiu mudar o que seriam as férias de verão no hemisfério norte de agosto para março e abril. Com isso, as equipes terão de ficar fechadas por três semanas até o final do mês que vem. Mas serviços que ajudem os países a conter a pandemia, obviamente, não entrariam no fechamento.

A Inglaterra ainda não decidiu parar totalmente as atividades no país, a exemplo do que fizeram Itália, França e Espanha. Porém, o premiê Boris Jonhson já orderou que a população fique em casa, a não ser por questões essenciais e as escolas estarão fechadas a partir desta sexta-feira.