Olhar Olímpico

Olhar Olímpico

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
ReportagemEsporte

Revezamento 4x100m masculino chega em má fase para buscar vaga olímpica

O fim de semana pode dar ao Brasil mais de 10 novas vagas olímpicas no atletismo. O Mundial de Revezamentos, nas Bahamas, classifica 14 equipes em cada um dos cinco revezamentos olímpicos, incluindo o 4x100m masculino, único que fez uma preparação específica.

Seis corredores estão juntos desde o dia 22 de março e passaram mais de um mês treinando nos Estados Unidos, onde os bons resultados foram escassos. Coletivamente, como equipe de revezamento, foram duas apresentações ruins.

Apesar de toda essa preparação, o 4x100m brasileiro não lidera nem o ranking sul-americano, atrás do Paraguai. Contando somente os países (o ranking mundial também tem equipes universitárias, por exemplo), o Brasil é 20º no ano.

Individualmente, os tempos também foram ruins nos EUA. O melhor foi Paulo André, com um 10s14 em 6 de abril. Mas depois ele fez um 10s33 e um 10s67 em torneios nos EUA, muito distante do seu melhor. Já os dois brasileiros com sub10 preocupam. Felipe Bardi não corre desde março, quando fez 10s24, enquanto Erik Cardoso fez todas suas quatro apresentações acima de 10s37 e é só o oitavo do ranking nacional.

"Fizemos treinos bons, com evolução na velocidade de passagem do bastão, e estamos confiantes no nosso objetivo que é a vaga olímpica", disse, via assessoria, o técnico Victor Fernandes, contratado só para treinar este revezamento. As competições não mostraram isso, exceto por um 20s28 de Renan Gallina nos 200m, exibição muito perto do índice olímpico.

Cada equipe terá duas chances. A primeira, neste sábado, com quatro baterias por prova, classificando sempre os dois primeiros. Depois, a repescagem, no domingo, terá mais três baterias, novamente classificando os dois primeiros. São 14 vagas distribuídas por prova, restando duas para serem atribuídas pelo ranking mundial, em junho,

O Brasil tem chances reais em todos os cinco revezamenos, mas se deu muito mal em todos os sorteios. Em quatro das cinco provas, terá os EUA como adversário. No 4x100 masculino, também corre contra a Itália, segunda melhor do ranking mundial de 2023. No 4x100m feminino, contra a Suíça, segunda do ranking de 2024.

Pensando em medalha olímpica, a maior esperança é o 4x400m masculino, já que o país tem três atletas com índice olímpico nos 400m: Alison 'Piu', Lucas Carvalho e Matheus Lima. A equipe, porém, não poderá contar com Piu nas Bahamas, nem em uma eventual eliminatória da Olimpíada, marcada para o mesmo dia da final dos 400m com barreiras em Paris.

Matheus também está classificado nos 400m com barreiras nos Jogos, vai precisar fazer escolhas, mas participa do Mundial de Revezamentos. O time deu azar de cair na mesma bateria da Jamaica, e terá que vencer Bélgica e Nigéria para conseguir a vaga olímpica ainda hoje.

Continua após a publicidade

Medalhista olímpico em 2008, o 4x100m feminino vem falhando na hora H. Passou por uma desclassificação no Mundial de Revezamentos de 2021 e foi o mais lento do Mundial de Atletismo de 2023. No Pan, desfalcado, foi só quinto. Agora, até conta com Lorraine Martins, melhor velocista do país no ano passado, mas voltando de lesão, ainda sem ter corrido no ano.

Ana Carolina Azevedo e Vitória Rosa vêm de apresentações na casa de 22 segundos nos 200m no fim de semana pasado em São Paulo, algo raro para os padrões brasileiros, mas falta um quarto nome de peso para o time. As opções são Gabriela Mourão, a estreante Gabriela Grunow e Anny de Bassi.

Anny recentemente começou a correr os 400m e chega como grande destaque o 4x400m feminino, também, sendo a única na casa de 51s no ano no Brasil. Tiffani Marinho alcançou este patamar no ano passado, mas pediu dispensa alegando lesão. Neste revezamento, as chances do time brasileiro são mais baixas, ainda mais com a ausência de Tiffani..Hoje, corre na mesma bateria que EUA e Bélgica.

Já o 4x400m misto deverá ser o mais dependente da estratégica da equipe brasileiro. É o primeiro a correr, às 20h05, em uma bateria que também tem Jamaica, potência da distância, República Dominicana e Holanda, ouro e prata do Mundial de 2022. Se essas equipes entrarem com força máxima, o Brasil teria bem mais chances poupando os melhores para a repescagem.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes