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ReportagemEsporte

Judô brasileiro vai antecipar em quase 3 meses convocação para Olimpíadas

Demétrio Vecchioli
Colunista do UOL
Mayra Aguiar, durante o Grand Slam de Tóquio
Mayra Aguiar, durante o Grand Slam de Tóquio Imagem: Gabriela Sabau/IJF

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) decidiu antecipar em quase três meses a divulgação dos primeiros convocados para os Jogos Olímpicos de Paris. Nomes como Rafael Silva, Beatriz Soares e Mayra Aguiar serão confirmados já nos primeiros dias de abril, mesmo o ranking olímpico só fechando em 25 de junho.

A estratégia, já adotada por países como França, Japão e Itália, visa tirar dos judocas a pressão pela classificação olímpica e deixá-los preocupados somente com a disputa por medalhas em Paris. Serão convocados nessa primeira lista os judocas que atingirem os seguintes critérios:

  • Já estiverem na zona de classificação olímpica, com chances reais de manutenção da mesma ao término dos eventos classificatórios, sem concorrência direta.
  • Os atletas que já estiverem na zona de classificação olímpica, com chances reais de manutenção da mesma ao término dos eventos classificatórios, sem concorrência direta.
Essa definição virá depois dos dois próximos Grand Slams, em Tbilisi (Geórgia) e Antalya (Turquia), nos últimos dois finais de semana de março. Mas alguns nomes já têm grande folga no ranking e muito provavelmente estarão na lista. São eles:
  • Willian Lima (7º na categoria até 66 kg)
  • Daniel Cargnin (6º na até 73 kg)
  • Guilherme Schmidt (5º na até 81 kg)
  • Rafael Silva (17º na +100 kg)
  • Mayra Aguiar (6ª na até 78 kg)
  • Beatriz Souza (3ª na +78 kg)
Para eles, a convocação é questão de formalidade, já que os demais brasileiros das respectivas categorias não só estão distantes no ranking mundial como não atingem critérios para estarem nas competições que mais pontuam, em especial o Pan-Americano e o Mundial. Os seis já não seriam ultrapassados, e a convocação vem para deixar isso claro.
Pelo segundo critério, também podem entrar Larissa Pimenta (10ª na até 52 kg, onde Jessica Pereira é 19ª), Rafaela Silva (oitava na até 57 kg, onde Jessica Lima é 13ª) e Rafael Macedo (13º na até 90 kg, onde Marcelo Gomes é 34º, fora da zona de classificação). Exceto Macedo, todos vão aos últimos Grand Slams antes da primeira convocação, e os resultados ali devem pesar.
"O objetivo da antecipação da convocação é que os atletas tenham tempo adequado para se preparar para os Jogos Olímpicos e chegar em melhores condições para disputar medalhas. A segunda fase será focada naqueles atletas que ainda estão em busca de ranqueamento e, para esses, o objetivo, em primeiro momento, é a conquista da vaga. Após a definição, aí focamos na preparação olímpica", diz Marcelo Theotonio, gerente de Alto Rendimento da CBJ.
Hoje há uma concorrência forte na categoria até 100 kg, em que Leonardo Gonçalves (sexto) só abriu para Rafael Buzacarini (16º) pelo ouro no Grand Prix de Linz (Áustria), no fim de semana passado, e em quatro categorias em que o Brasil corre risco de não se classificar. Na 60 kg masculina, Matheus Takaki (26º) e Michel Augusto (29º) estão dentro por pouco.
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Na até 48 kg feminina, Natasha Ferreira é 31ª e, Amanda Lima, a 37ª. Na 63 kg, Ketleyn Quadros (24ª), Gabriella Mantena (33º) e Nauana Silva (42ª) estão fora, assim como Luana Carvalho (26ª) e Ellen Froner (45º) na até 70 kg. Exceto os homens e Gabriella, todos também vão à Europa.
Nessas categorias, até pela incerteza da vaga para o Brasil, a convocação só virá em maio, após o Campeonato Mundial. Quando houver dois atletas de nível semelhante na zona de classificação, a comissão técnica vai escolher um a partir de critérios também divulgados agora, que incluem resultados recentes, número e qualidade de medalhas em grandes eventos, desempenho em competições individuais e por equipes, e ocorrências de ordem física, psicológica e disciplinar.

"Com esses critérios definidos, estamos dando a oportunidade de os atletas participarem do processo final de classificação olímpica e conquistarem suas vagas. O mundo ideal é que todas as vagas sejam decididas no tatame pelos atletas, com bom desempenho e dentro do planejamento que traçamos e que acreditamos ser justo para todos. Em casos de indefinição, a comissão técnica seguirá os parâmetros estabelecidos nesse documento para escolher o/a melhor representante do Brasil nos Jogos de Paris", disse Marcelo Theotonio.

Até o fim da corrida olímpica ainda haverá uma sequência de competições que inclui o Pan, no Rio, dois Grand Slams, no Tadjiquistão e no Cazaquistão, e o Mundial em Abu Dhabi. Mas o ranking só fecha oficialmente em 25 de junho, depois de uma rodada de Opens, eventos de menor pontuação. Se houver necessidade de pontos extras para colocar um brasileiro na zona de classificação à Olimpíada, esses torneios serão utilizados e, neste categoria, a convocação será adiada para um terceiro momento.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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