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A reinvenção de Thiago Marreta no UFC pode ter chegado tarde demais

Thiago Marreta já fez 24 lutas no UFC - Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images
Thiago Marreta já fez 24 lutas no UFC Imagem: Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images

Colunista do UOL

07/08/2022 05h13

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Na última sexta-feira (5), esta coluna publicou uma análise sobre a má fase vivida por Thiago 'Marreta' no UFC. No texto em questão, relembrei o esforço vivido pelo atleta para se reinventar depois de passar por cirurgias nos dois joelhos logo após sua luta contra Jon Jones, além de mencionar que o fator surpresa no octógono seria um importante caso aliado à sua agressividade. Por isso, mesmo com uma nova derrota, o resultado deste sábado não foi em vão.

Disposto a levar o adversário para o chão, Marreta mergulhou em seguidas tentativas de quedas como nunca fizera antes em sua carreira no UFC, e a postura rapidamente obrigou o oponente a alterar sua base para poder defender suas investidas - meta que foi alcançada quase que com aproveitamento absoluto. Em pé, mais agressivo do que em suas últimas apresentações, o brasileiro voltou a criar tensão e expectativa nos fãs com sequências de poderosos cruzados.

Por isso, os 38 anos de Marreta apenas aumentam seus motivos para se orgulhar. A reinvenção não apenas de estilo mas também de estratégia depois de tantos anos de competição em alto nível (além das cirurgias já citadas) é uma tarefa árdua e para um grupo bastante seleto. No entanto, o resultado negativo na luta, o quinto em suas seis últimas apresentações no octógono, pode ser demais para o seu currículo.

Distante de uma chance de disputar o título dos meio-pesados (93 kg) novamente, Marreta foi superado pelos top 10 que enfrentou na divisão e, com idade avançada para a categoria, talvez não tenha tempo hábil, mesmo que queira, para uma nova caminhada rumo ao topo. Afinal, quanto menor a possibilidade de retorno ao evento, menor é o poder de barganha dos atletas em suas negociações nos bastidores do UFC.

Uma pena, já que Marreta, diante de um adversário de talento, imprimiu ritmo de combate agressivo, alternou sua base em pé, apostou nas quedas como fator surpresa e pareceu fazer tudo isso sem receio das antigas lesões nos joelhos. Como era justamente isso que os torcedores mais esperavam, resta saber se o atleta terá uma vida extra na organização. Seria uma ironia do destino caso não.