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Opinião

UFC Rio representa muito risco e pouca recompensa para Alex Poatan

Alex Poatan já havia deixado claro o seu desejo de lutar no card do UFC Rio, no dia 4 de maio. Neste sábado, após nocautear Jamahal Hill no primeiro round do UFC 300, o atleta voltou a reforçar sua vontade e, para tal, cogitou subir de categoria e deixar de lado o plano de defender o cinturão em casa. E faz sentido.

Um segundo corte de peso em apenas três semanas seria um esforço fora do comum para alguém que tem o posto de campeão para defender. Além disso, uma disputa que colocasse um título em jogo acarretaria dois problemas de prontidão para o evento: encontrar um rival de calibre que aceitasse a disputa em cima da hora e o tempo hábil para a promoção de um confronto deste porte.

Desta forma, subir para os pesos-pesados pode ser uma solução para todos os envolvidos - a começar pela dificuldade que o UFC encontra em promover o show na cidade do Rio de Janeiro. Com um card recheado de promessas brasileiras, os nomes de Alexandre Pantoja, campeão dos moscas, e José Aldo, que retorna de sua aposentadoria para o evento, não garantiram a visibilidade necessária para inflar as vendas de ingressos.

Campeão dos meio-pesados, Poatan vive uma incrível fase no MMA e, caso suba de divisão, manteria seu título mesmo com uma derrota em casa. Além disso, por se tratar de uma disputa de caráter único e não do início de uma carreira entre os pesados, nada impediria que o brasileiro encarasse um oponente de menor expressão e até mesmo fora do ranking, facilitando muito a vida do matchmaker.

Ao que parece, a ideia, verbalizada pelo atleta ainda no octógono logo após sua vitória no card do UFC 300, parece perfeita em muitos cenários. No entanto, Dana White, presidente do evento, não pareceu muito confiante na possibilidade. E isso me faz questionar se valeria para a organização fazer este investimento para tê-lo no Rio de Janeiro. Afinal, a bolsa de Poatan, atleta que em apenas oito lutas foi campeão de duas categorias no UFC, não é pequena.

Além disso, o atleta vê o crescimento exponencial de sua popularidade ao redor do mundo e o risco de subir de categoria sem o tempo adequado de preparação pode causar um dano significativo à sua imagem em caso de um revés. Entre riscos e benefícios, infelizmente, lutar no card do UFC Rio neste momento não parece ser uma escolha segura.

Aos 36 anos, Poatan não deveria trocar o certo pelo duvidoso e sim escolher seus próximos movimentos com parcimônia. Isso, é claro, na minha visão…

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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