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Chegou a hora de Jon Jones voltar a ser testado no octógono
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Já são mais de dois anos afastado do octógono do UFC. Jon Jones, presente em todas as discussões que se propõem a apontar os nomes dos melhores lutadores de MMA de todos os tempos, deve, ao que tudo indica, voltar a competir em breve, possivelmente em julho deste ano. E o desafio, finalmente, parece à altura.
Virtualmente invicto - sua única derrota no MMA foi por desclassificação contra Matt Hamill, em 2009, após erro que lhe custou um duelo praticamente ganho -, 'Bones' levantou constantes rumores sobre sua motivação em suas últimas lutas. Apresentações abaixo do esperado, estratégias questionáveis contra duros rivais e polêmicas em sua vida pessoal praticamente forçaram o atleta a mudar de categoria em busca de novos desafios, desta vez diante dos pesos-pesados. Por isso, ter como alvo inicial o ex-campeão Stipe Miocic denota que o ritmo do atleta na divisão será puxado.
Assim que a disputa foi ventilada por Dana White, as casas de apostas em Las Vegas (EUA) abriram suas cotações com amplo favoritismo de Jones. Cenário natural tendo em vista o retrospecto de sucesso do atleta, mas que passa longe da realidade que um embate contra Miocic, bombeiro nas horas vagas no estado americano de Ohio, implica. Afinal, a luta colocaria em xeque algumas das principais valências que garantiram o amplo domínio de 'Bones' como meio-pesado.
Altura, envergadura e domínio da distância fizeram de Jon Jones um quebra-cabeça indecifrável por anos. Agora, como peso-pesado, o atleta perde a ampla vantagem nestes atributos e passa a enfrentar rivais habituados à categoria e que possuem mais poder de fogo em seus golpes. Por isso, achar que o veterano, próximo de completar 35 anos, será capaz de reeditar o domínio no cage com a mesma facilidade só é possível com uma bela dose de otimismo.
E é justamente por vermos Jon Jones ser desafiado em níveis diferentes que o esporte e os fãs ganham muito. Aquele jovem de 23 anos que conquistou o cinturão e venceu cinco ex-campeões do UFC em sequência, sendo quatro deles pela via rápida, encantou o mundo das lutas antes de que o pragmatismo se tornasse comum em seus confrontos. Mais de dez anos depois, vemos a chance dele ter, de fato, algo a provar novamente.
A disputa, caso confirmada para julho, contará com o cinturão interino da categoria como prêmio para o atleta vencedor, que a partir daí fica no aguardo da definição de Francis Ngannou - campeão linear que está sem contrato com o UFC e ainda se recupera de uma cirurgia no joelho. Mas além do camaronês, nomes como Ciryl Gane, Tai Tuivasa, Curtis Blaydes e Tom Aspinall provam que a vida de Jon Jones não será fácil nesta divisão.
Sendo assim, ver Jon Jones motivado e disposto a se reinventar no octógono mais uma vez pode tanto custar seu status de invencível no MMA como abrir caminho para a consolidação de seu legado como o 'GOAT' (maior de todos os tempos, em inglês). Com tantas variáveis ainda em jogo, me parece cedo demais para se animar com as cotações das casas de apostas.
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