Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Uma arquibancada em transe, sem homens e sem violências
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Toda mulher que ama futebol já sonhou com uma arquibancada sem violências contra nossos corpos, nossa dignidade e nossa moral.
Um lugar onde nossa voz ecoasse alto, onde fosse possível ficar sem camiseta, apenas de top, sem achar que seremos sexualmente importunadas. Manto em mãos, chacoalhá-lo sobre a cabeça e pular em demonstração de amor ao time.
Um lugar onde pudéssemos levar crianças sem o receio de que iriam se machucar.
Um lugar onde tudo o que houvesse fosse a paixão desmedida que não tem medo de se revelar.
O Coritiba mostrou que esse lugar pode existir.
No dia 15 de janeiro havia apenas mulheres e crianças no Couto Pereira para a estreia do Coxa no Paranaense.
A ação ocorreu após decisão do TJD-PR, que acatou e reverteu parcialmente a perda de mando pelas confusões no primeiro clássico contra o Athletico de 2022. O Coxa foi punido com um jogo com portões fechados e o Furacão com dois jogos sem público.
Foi uma maneira criativa e inédita de mudar uma decisão judicial.
As imagens emocionam e o que me comove de forma mais intensa é a voz que vem da arquibancada: uma voz feminina.
As torcedoras do Coritiba escancaram o que já era intuído: nós existimos nesse mundo tão masculino do futebol.
Nós torcemos. Nós consumimos. Nós amamos um time do mesmo jeito que vocês.
E fazemos isso a despeito de sermos maltratadas e excluídas: insistimos em amar um jogo que é abusivo contra nossa moral, nossa dignidade e nossos corpos.
Parabéns ao Coxa e às mulheres que nesse 15 de janeiro fizeram história.
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