Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Na luta contra a homofobia, o que o futebol pode fazer para além de posts?
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A gente acha bacana demais quando os clubes se manifestam por uma causa social. Nesse 28 de junho, um dia tão importante na luta dos movimentos LGBTQIA+ por visibilidade e pelo direito de existir plenamente, muitos deles vieram a público dizer que estão do nosso lado. É lindo ver a mobilização vinda de dentro de um dos ambientes mais LGBTfóbicos e misóginos do mundo.
Precisamos mesmo de aliados de todos os tipos para nos ajudar a conquistar o direito de amar e de não nos matarem apenas por sermos homossexuais, bissexuais, travestis, pessoas trans etc. Demorou para chegarmos ao ponto de sermos apoiadas e apoiados por times de futebol - por alguns deles pelo menos.
Mas está na hora de o futebol fazer mais.
Mais o que, poderão perguntar alguns.
Por exemplo, encomendar uma pesquisa para saber qual o percetual de LGBTQs na sua torcida. Pedir que sócios-torcedores declarem raça, gênero e sexualidade. Não de forma obrigatória, mas dar a opção para que o amante de futebol se posicione identitariamente.
Depois: divulgar medidas de segurança para que a comunidade LGBTQ frequente os estádios em segurança. Convidar para o quadro de conselheiros pessoas LGBTQ e, um passo seguinte, construir um corpo diretor representativo de todas, todos e todes.
Investir em eventos de educação identitária para jogadores, jogadoras, comissão técnica, sócios e funcionários. Palestras, aulas, leituras que tratem de explicar o que é o movimento LGBTQ, qual a nossa história, o que queremos, pelo que lutamos.
Obrigar que o time use a camisa 24 porque futebol profissional não é a quinta-série escolar.
Posts, camisas, faixas, bandeiras são bem vindos. Times como Vasco e Bahia estão fazendo muito por essa causa. O Corinthians vem na sequência. Outros farão o mesmo. A gente agradece o carinho e aproveita para pedir que mais coisas sejam realizadas porque, infelizmente, ainda somos o país que mais mata LGBTQs no mundo. E uma torcida não é composta apenas por homens heterossexuais. Há milhões de mulheres e de pessoas LGBTQs que amam e consomem esse jogo. A gente existe e exige passagem.
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