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Milly Lacombe

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Milly: Viva a Copinha

Colunista do UOL

02/01/2022 14h58

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Em 2021, por causa da pandemia, a gente não teve como realizar um dos mais tradicionais e interessantes torneios da história do nosso futebol: a Copinha. Eu não sei se há no mundo um outro país capaz de realizar competição sequer parecida com a Copa São Paulo de Futebol Junior.

No campeonato que começa nesse dia 2 de janeiro teremos 128 times divididos em 32 grupos. Estamos falando de quase 3 mil atletas distribuídos por 32 sedes.

A Copinha é o retrato do nosso futebol e dessa capacidade inigualável, constante e farta de formarmos bons jogadores. Alguns dos maiores craques que já passaram por nossa história foram revelados durante o tradicional torneio. Raí, Dida, Neymar, Cafu, Jô, Gabriel Jesus, Ceni, entre tantos e tantos outros, apareceram pela primeira vez numa Copinha.

Fica bastante difícil constatar a potência dessa competição e acreditar que nossos clubes não possam existir com elencos de alto nível sem precisar beber de outras fontes.

Essa é uma reflexão que vai nos levar à constatação de que a frenética compra e venda de jogadores faz bem à saúde financeira de empresários, advogados e de dirigentes, mas não faz muito sentido para a saúde financeira dos clubes: se por um lado esse balcão de negócios não é fundamental para que os clubes formem times de alta qualidade, por outro, se essas negociações constantes resolvessem alguma coisa, os grandes clubes não deveriam tanto dinheiro já que há décadas vendem sem nenhuma cerimônia os craques revelados na base (para depois de 15 anos comprá-los novamente como se estivessem realizando um grande feito).

A Copinha que inaugura o ano e dá palco aos nossos jovens talentos masculinos deve ser celebrada e estimulada porque ela representa o que temos de melhor e de diferente, assim como precisamos começar a lutar por uma competição semelhante envolvendo as (cada dia mais numerosas) jovens atletas do nosso futebol feminino.