Gomes: CR7 no City nunca teve sentido algum. United vira candidato a tudo

Eu nem escrevi sobre a especulação de Cristiano Ronaldo no Manchester City. Nem aqui nem no Twitter nem em qualquer lugar. Porque eu via a notícia, ela ia esquentando, mas não me parecia ter nenhum sentido. Nenhum.

Um cara enorme como Cristiano Ronaldo, com uma boa dose de egocentrismo, iria se humilhar desta maneira, indo lá se oferecer a Pep Guardiola? O técnico que nunca se furtou do debate da década passada, o "quem é melhor, Messi ou Cristiano"? Poucas figuras do futebol mundial foram tão contundentes como Guardiola quando questionado sobre o tema.

O City não fez esforço algum para contratar Messi, possivelmente por causa do combo salário-idade. Por que contratar Cristiano Ronaldo? Me parece óbvio que essa conversa não passou nem perto de ter avançado.

Não fazia sentido. Nunca fez. Surpreendente seria se Cristiano, um cara preocupado com seu legado, acabasse a carreira indo pelo caminho mais fácil e jogando no lixo a idolatria que tem por parte de uma torcida imensa e global, como a do Manchester United.

Jorge Mendes, o empresário de Cristiano e um dos homens mais poderosos do futebol mundial, estava em Manchester por outra razão. Isso está claro agora.

CR7 no United tem sentido? Tem, claro que tem. O United, este gigante adormecido, que está há uma década sofrendo o "pós-Ferguson", precisava de um golpe de autoridade como este. O Chelsea trouxe Lukaku, o City, já muito forte, buscou Grealish, o atual queridinho da opinião pública inglesa. Era preciso fazer alguma coisa. CR7 foi uma oportunidade de mercado.

Está em nível de Premier League? Sim. Porque Cristiano não é um construtor, ele é um definidor - o melhor atacante de todos os tempos, na minha opinião. Lembrem-se o estrago que Romário, outro dos maiores de sempre, fazia já aos 40.

O Manchester United já tem um time muito forte em todas as posições e já deveria ser colocado como candidato para fazer uma Liga dos Campeões importante. Agora, creio que Solskjaer tem condições de brigar também pela Premier. É preciso pensar grande como o clube, pois chegou um jogador que vai dar 20 gols a mais na temporada.

E a Juventus? Bem, a Juve não soube aproveitar anos ainda grandes de CR7. Quando estava mais forte, trouxe o cara, começou a fazer troca-troca de técnicos e a enfraquecer o elenco, em vez de fortalecer. Foram anos realmente tristes, estes de Cristiano na Juventus - o contrário do que eu imaginava.

A Juve continua sendo a principal favorita na Itália, mesmo sem ele - já que a Inter perdeu tanta gente. E, na Champions, segue tendo as mesmas chances que tinha com Cristiano. Poucas. Além de tudo, conseguiu limpar folha salarial e se preparar para o futuro.