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Julio Gomes

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Hamilton, do erro infantil ao pódio, e a sorte que sorri para os campeões

Hamilton erra e volta pra pista de ré - Reprodução/TV Band
Hamilton erra e volta pra pista de ré Imagem: Reprodução/TV Band

18/04/2021 12h07

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Dizem que a sorte sorri para quem merece. Na Fórmula 1, a máxima é inacreditavelmente recorrente. Hoje, ela sorriu para Lewis Hamilton, o heptacampeão mundial.

Na corrida maluca de Ímola (como amamos corrida com chuva e condições meteorológicas variáveis!), Hamilton fazia uma boa corrida desde perder a ponta na largada. Atrás de Verstappen, mas seguindo o ritmo do holandês. Nos boxes, quando, os pilotos trocavam os pneus intermediários para os slicks (de pista seca), a Mercedes fez Hamilton perder dois segundos.

Mas, com a pista seca, o inglês recuperou o tempo e foi se aproximando. Quando pegou tráfego, no entanto, cometeu um erro juvenil. Hamilton saiu do trilho para passar um retardatário, foi para a parte molhada da pista e, logicamente, perdeu o controle. Foi parar na caixa de brita e tocou na proteção, quebrando a asa dianteira. A impressão inicial era de fim de corrida. Hamilton teve um mérito: manteve o motor aceso e conseguiu, de ré, sair da brita e voltar para a pista, uma manobra inusitada.

Hamilton, foi, então, se arrastando até o box para trocar o bico. Perdeu uma eternidade de tempo entre a derrapagem, a volta para a pista, o retorno ao box e a troca do bico. Era uma corrida para, talvez, com alguma sorte, chegar na zona de pontuação. Mas Hamilton não teve alguma sorte e, sim, muita sorte. Mas muita mesmo.

Enquanto Hamilton se arrastava na pista, a outra Mercedes, de um medíocre Bottas, se acidentava com a Williams de Russell - a bobagem foi do jovem inglês, que, entendendo de outra forma, deu piti na pista e no Twitter depois. O pancadão em Ímola gerou bandeira vermelha, ou seja, corrida interrompida. E mais: a corrida seria reiniciada de acordo com as posições da volta anterior.

Hamilton, portanto, foi de provável último colocado e com uma volta atrás dos outros a uma relargada em nono lugar, com o carro novinho em folha e pista seca. Como é muito bom, possivelmente o melhor da história, Hamilton fez valer a sorte que teve e passou todo mundo, escalando até a segunda posição.

A vitória na Emilia-Romagna foi de Verstappen, que já deveria ter vencido a primeira prova, no Bahrein, e perdeu pela impaciência. Parece que o holandês será um rival à altura para Hamilton em busca do título.

Hamilton chegou em segundo após vencer, nas voltas finais, a batalha contra Lando Norris. O jovem piloto da McLaren fez uma corrida espetacular e acabou em terceiro. Depois vieram as duas Ferraris, de Leclerc e Sainz - apesar de o espanhol ter errado bastante quando a pista estava molhada.

Foi uma corrida de altos e baixos para todas as equipes - oito das dez pontuaram. Só baixos para Haas e Williams, que além de maus carros têm pilotos que cometeram muitos erros. Para as outras equipes, situações muito diferentes. Na Red Bull, enquanto Verstappen vencia, Pérez deve estar derrapando por algum lugar de Ímola até agora.

Em sexto, chegou Daniel Ricciardo, que foi, de longe, o segundo melhor piloto da McLaren no dia. O show de Norris pega mal para o australiano.

Em sétimo, chegou o canadense Stroll com a Aston Martin - Vettel abandonou quando estava em 14o e não dá para reclamar muito do carro. Em oitavo, Gasly, que segue fazendo boas corridas com a Alpha Tauri. Em nono, o eterno Raikkonen, com a Alfa Romeo. Em décimo, Ocon, que ficou na frente de Alonso na disputa entre os pilotos da Alpine.

A Alpine, ex-Renault, tem um carro bem fraco para a temporada. Alonso virou meio que um "bombeiro", só cai em carro ruim com a missão de melhorá-lo. Álibi ou azar?