Topo

GGWP

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Brasil campeão do mundo de FIFA: um título importante em múltiplas frentes

Brasil campeão mundial FIFA - Divulgação/FIFA
Brasil campeão mundial FIFA Imagem: Divulgação/FIFA

Colunista do UOL

31/07/2022 04h00

"Comemora, torcedor! O Brasil é campeão do mundo!"

Se você gosta de futebol, ou tem uma mínima identificação pelo assunto, certamente gostaria de ouvir essa frase no dia 18 de dezembro deste ano, quando a Copa do Mundo será decidida em Lusail, no Qatar. Pouco menos de cinco meses antes, o esporte eletrônico proporcionou ao "brasileirinho" um gostinho disso com a FIFA eNations Cup - a Copa do Mundo de FIFA 22.

Antes da vitória sobre a Polônia na grande final, o Brasil passou por Espanha, França e Itália. À exceção da grande decisão, um caminho que, numa Copa do Mundo de futebol "real", seria um desafio naturalmente gigantesco. O trio Gabriel Crepaldi, Klinger Castro e Paulo Henrique "PHzin" faturou uma premiação de US$ 120 mil e também uma conquista que significa muito para o país como um todo.

No Pro Evolution Soccer (agora chamado de eFootball), o Brasil já tinha uma história maravilhosa, encabeçada por Guilherme "GuiFera" e ampliada ao longo dos anos. Vencer também no FIFA reforça o poder nacional no futebol virtual e amplia a legitimidade dos games enquanto modalidades profissionais. Basta olhar as fotos: a delegação ostentava o símbolo da CBF, e não somente uma bandeira genérica do país. Autêntico e reconhecido a nível mundial.

Um ponto interessante: Crepaldi joga pela MGCF. Klinger defende a Netshoes Miners. PHzin é da R10 - time, este, que tem como dono ninguém menos que Ronaldinho Gaúcho. Ou seja: embora os clubes de futebol estejam envolvidos, sim, no cenário, é simbólico que os atletas campeões hoje sejam jogadores de organizações organicamente do esporte eletrônico. Um mix que faz bem para ambas as frentes em vários aspectos.

Inevitavelmente, em um mundo onde jovens têm contato cada vez mais cedo com aparelhos eletrônicos e com a tecnologia que evolui em ritmo assustador, os jogos de futebol são, sim, uma forma de fazer com que clubes e seleções renovem o seu diálogo com tais faixas etárias. É preciso captar a atenção de alguns grupos da forma como lhes é mais interessante. Os games estão aí para isso - de forma equilibrada, derrubando preconceitos.

Ainda que o futebol seja o esporte mais popular do mundo, isso não basta para conquistar uma criança, convencer de que frequentar um estádio, por exemplo, é interessante e divertido. Os games (e suas consequentes conquistas no esporte eletrônico) podem proporcionar uma "naturalização" mais palpável. Essa conversa entre as duas frentes pode (e deve) existir.

Para muitos, os games de futebol podem ser um convite a conhecer mais sobre a profissionalização atual dos eSports - e como muito do que se vê em meios mais tradicionais da mídia é pouco aprofundado. Que a Copa do Mundo de FIFA seja um ótimo "gatilho" para essa quebra de paradigma.