Topo

GGWP

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Guardiãs Estelares: evento evidencia "chances de ouro" para equipes

Carlos "ocelote", CEO da G2, em peça do evento Guardiãs Estelares - Reprodução/G2
Carlos "ocelote", CEO da G2, em peça do evento Guardiãs Estelares Imagem: Reprodução/G2

Colunista do UOL

20/07/2022 04h00

Uma das maiores formas de renovação a curto prazo dos games, sejam eles competitivos ou não, são os eventos internos. Vender pacotes, atrair os usuários por meio de histórias, itens cosméticos, missões, reforçar narrativas... Mecanismos capazes de atrair novos usuários e fidelizar novamente os antigos. No caso dos esportes eletrônicos, uma boa oportunidade também de envolver as organizações e fazer com que todos lucrem juntos e fomentem determinada modalidade.

Um dos eventos de maior sucesso do League of Legends há anos é o das Guardiãs Estelares (Star Guardians), cuja edição mais recente está em vigor neste momento. Agora com o Wild Rift também na ativa, a Riot Games ganhou uma oportunidade de multiplicar ainda mais essas narrativas, criar novas histórias e amplificar formatos de interatividade. E não só no ambiente casual, mas também no competitivo.

Às organizações que contam com equipes profissionais de League of Legends, foi oferecida a oportunidade de contar com um link de afiliado para a venda de skins das Guardiãs Estelares, no qual os fãs conseguem demonstrar apoio aos seus times favoritos adquirindo os itens ali. Dessa forma, além de simplesmente comprar, é possível mandar, indiretamente, um incentivo à respectiva equipe favorita, com uma porcentagem do valor.

É aí que entra a criatividade: uma das maiores organizações do mundo, a europeia G2 aproveitou muito bem a oportunidade. Conhecido pelo estilo debochado, o CEO da equipe, Carlos "ocelote" Rodríguez se fantasiou com uma das skins para gravar um vídeo no qual apresenta a iniciativa das Guardiãs Estelares adaptando a linguagem à sua essência. Não à toa, no momento em que esse texto é escrito, a produção conta com 345 mil visualizações no Twitter.

Do ponto de vista de marketing: poderia ser uma ativação burocrática, apenas convidando torcedores a beneficiar a G2 com algo que eles já fariam naturalmente, que é comprar skins, mas a organização foi além. É um ponto que sempre questionamos aqui no GGWP: em um mercado onde as equipes são tão semelhantes entre si, o que fazer para se diferenciar em meio à massa e fazer com que o torcedor tenha orgulho de vestir a camisa? Eis aí uma ótima resposta.

No Rainbow Six Siege, o Programa Piloto, que vende skins de armas e operadores que homenageiam as organizações participantes do cenário competitivo, também funciona dessa forma - mandando 30% das receitas dos itens para as equipes. Quer forma melhor de apoiar seu time de coração do que comprar produtos oficiais - e ainda expandir para usar isso tanto dentro quanto fora de jogo?

Estabelecer uma marca de sucesso a longo prazo nos esportes eletrônicos é um desafio e tanto. Convencer um torcedor a apoiar determinada equipe depende não somente de sucesso no servidor, mas também de pensar fora da caixa. Quando as publishers agem em parcerias efetivas neste sentido, melhor ainda, mas o diferencial precisa partir dos próprios times. Diariamente.