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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Justiça absolve Aidar e cartolas do São Paulo em ação por fraude e desvios

Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo entre 2014 e 2015 - IARA MORSELLI/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo entre 2014 e 2015 Imagem: IARA MORSELLI/ESTADÃO CONTEÚDO/AE

com Pedro Lopes, do UOL

05/07/2022 19h55

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A Justiça de São Paulo absolveu o ex-presidente Carlos Miguel Aidar, sua ex-namorada Cinira Maturana, o ex-diretor jurídico e conselheiro próximo da atual gestão Leonardo Serafim, o ex-secretário-geral Douglas Schwartzmann e mais quatro pessoas de envolvimento em supostas fraudes ou lavagem de dinheiro no São Paulo Futebol Clube. A informação foi publica originalmente pelo Globo Esporte e confirmada pela coluna.

Os dirigentes eram acusados de participação em um suposto esquema de recebimento de comissões e lavagem de dinheiro na contratação do escritório de advocacia de José Roberto Cortez.

A decisão, concedida em uma investigação que corre em segredo de Justiça, citou que o São Paulo, por meio de manifestação enviada ao processo, não demonstrou interesse em ingressar no processo como assistente de acusação, conforme já havia antecipado a coluna em fevereiro deste ano. Na ocasião, em petição à qual a coluna teve acesso, o próprio clube voluntariamente no processo isentou os acusados de quaisquer crimes de furto ou estelionato nos corredores do Morumbi.

A juíza Marcia Mayumi Okoda Oshiro, que julgou o caso, apontou em sua decisão que o clube reconheceu o direito do escritório do advogado José Roberto Cortez - considerado pelo Ministério Público como elo do escândalo envolvendo cartolas do time tricolor - de receber honorários como parte contratada.

O São Paulo disse à Justiça que não ocorreu furto e apontou como devidos os pagamentos alvos de investigação, o que foi determinante para o tribunal concluir "que não houve crime antecedente, uma vez que as transferências autorizadas e recebidas pelos réus não constituíram furto, e sim pagamento de serviços prestados".

Assim, a Justiça afirmou que "é o caso, portanto, de absolvição sumária ".

Na investigação, o Ministério Público havia uma representação gráfica em diagrama, ilustrando uma suposta "rachadinha" - prática ilícita em que o contratado devolve parte do valor recebido ao contratante.

O documento mostrava o pagamento de honorários por parte do São Paulo ao escritório do advogado José Roberto Cortez, com R$ 360 mil repassados pela filha do advogado a Cinira, então namorada do presidente Aidar, a título de comissão. Posteriormente ao recebimento desse valor, Cinira transfere R$ 50 mil a Leonardo Serafim. As partes negaram qualquer irregularidade.

Procurado pela reportagem, o São Paulo afirmou que não pode se manifestar sobre fatos narrados em um processo que corre sob segredo de Justiça.