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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Goleiro barrado por gestão Ronaldo cobra R$ 4,5 mi do Cruzeiro, sem jogar

Colaborou Thiago Braga, em São Paulo

19/05/2022 10h37

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O goleiro Vinicius, 23, foi à Justiça contra o Cruzeiro e a SAF do clube para cobrar R$ 4,5 milhões em salários atrasados, luvas, 13º, férias, FGTS e verbas rescisórias devidas, além de danos morais.

Ele cobra indenização por entender que foi privado de prestar seus serviços, sem sequer reclamar no Cruzeiro, após Ronaldo assumir a gestão da SAF, em janeiro. Segundo o jogador, sua demissão ocorreu por e-mail, sem qualquer conversa ou prévio aviso.

Vinicius, revelado pelo Criciúma, chegou à Toca da Raposa em 2019 e não disputou partidas pelo time profissional, diz que era destaque nas categorias de base quando foi proibido de treinar com os demais atletas e até de frequentar as dependências da Toca da Raposa.

O jogador, que hoje está no elenco do Cuiabá, na Série A nacional, afirma que a proibição se estendia aos treinamentos de forma isolada no campo ou na academia do CT.

"Nunca houve uma motivação para tal comportamento. O reclamante nunca teve qualquer entrevero ou discussão, seja com superiores, treinadores, colegas ou funcionários", alega.

Vinicius declarou à Justiça que, em meados de janeiro, foi informado que o Cruzeiro tinha a intenção de dispensá-lo, proibindo sua entrada no clube.

"Por mais de 10 dias, o atleta se viu impedido de sequer adentrar seu local de trabalho, sem saber o motivo, e de treinar e buscar o seu condicionamento físico, essencial à manutenção de sua carreira de atleta profissional. Sequer pode se despedir de seus colegas ou retirar suas coisas do vestiário", afirmaram seus advogados.

Eles defendem que o empregador tem o direito à dispensa sem justa causa, mas a forma como fizeram com Vinícius foi "humilhante e passível represália do Poder Judiciário".

O goleiro pede que a SAF seja condenada de forma solidária para o pagamento integral das verbas devidas.

Seu contrato teve início em abril de 2019 e duraria cinco anos, com salário inicial de R$ 30 mil, que iria evoluindo ano a ano. Na última temporada contratual, seria de R$ 50 mil.

Em FGTS atrasado, Vinicius cobra R$ 308 mil. Os salários atrasados somam mais R$ 87 mil, além de R$ 2,6 milhões em rescisão ainda não quitada.

Ainda ficou acordado o pagamento de luvas pela assinatura contratual, no montante de R$ 1,926 milhão, em 21 parcelas mensais e consecutivas, valores que jamais foram pagos.

O time mineiro foi procurado para comentar a ação, mas não se manifestou até a publicação. A reportagem será atualizada caso o clube queira se manifestar.