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Cartola nomeado interventor da CBF já recebeu R$ 1 milhão da confederação
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O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Rocha Carneiro Bastos, recebeu R$ 1,08 milhão da CBF, entre maio de 2020 e julho de 2021, por serviço prestados por meio de uma empresa de consultoria. Ele foi nomeado interventor da entidade na última segunda-feira (26).
A coluna teve acesso a documentos do contrato e notas fiscais referentes aos serviços. Eles são descritos como "produção, mediante ou sem encomenda prévia, de eventos, espetáculos, entrevistas, shows, ballet, danças, desfiles, teatros, óperas, concertos, recitais, festivais e congêneres".
A reportagem ainda teve acesso a e-mails trocados por Reinaldo com o atual presidente em exercício, o coronel Antônio Nunes, pedindo para suspender por tempo indeterminado a consultoria prestada pela Ombu Sports Consultoria à CBF seis dias antes de ele ser nomeado interventor. A informação foi publicada inicialmente pelo GE.com.
A Justiça do Rio de Janeiro anulou ontem (27) a eleição presidencial da CBF que colocou Rogério Caboclo no poder. O entendimento é que houve irregularidade na mudança do estatuto da entidade, que alterou o peso dos votos para o pleito, aumentando o poder das federações. Os clubes não participaram da assembleia que sacramentou a mudança.
Com a sentença, foram nomeados interventores para tocar a entidade: o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, e o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos. Mas ambos ainda precisam dar o "aceite". A CBF vai recorrer da decisão.
Caboclo foi procurado, mas não respondeu até a publicação - que será atualizada tão logo ele se manifeste. Em nota enviada à coluna, Reinaldo confirmou o contrato com a CBF. Veja, abaixo, a manifestação do presidente da FPF, na íntegra:
Em abril de 2020, recebi da CBF uma proposta profissional para prestar serviços de consultoria para a Entidade, que entendeu que minha experiência pessoal de quase 40 anos no futebol era valiosa para o aprimoramento da gestão do esporte brasileiro.
Como não quis ser funcionário da entidade, abri naquele mês a empresa Ombu Sports, registrada oficialmente em meu nome na Junta Comercial do Estado de São Paulo.
A proposta de trabalho, que envolvia consultoria voltada ao desenvolvimento de competições, planejamento, arbitragem e relacionamento, foi aprovada por todas as instâncias necessárias da CBF, inclusive as diretorias jurídica, financeira e a presidência, então ocupada por Rogério Caboclo.
A prestação de serviços, realizada fora do âmbito das minhas atribuições na presidência da FPF, gerou rendimentos compatíveis com o mercado esportivo.
Causa surpresa que detalhes do contrato e notas fiscais sejam tornados públicos com ares de escândalo justamente no momento em que meu nome foi escolhido pela Justiça do Rio como interventor na CBF.
A existência do vínculo profissional nunca foi segredo, tanto que a empresa foi registrada na Jucesp em meu nome para que não houvesse dúvidas sobre a quem a Ombu Sports de fato pertence.
Não há absolutamente nenhuma ilegalidade no acordo profissional ou nos rendimentos dele provenientes, registrados oficialmente em meu Imposto de Renda e declarados integralmente à Receita Federal.
Por minha decisão, o contrato foi encerrado em junho, uma vez que não havia mais demandas de trabalho com a mudança do comando na CBF.
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