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Danilo Lavieri

Por que Dudu, melhor do Brasil para muitos, não atraiu gigantes europeus

Bruno Ulivieri/AGIF
Imagem: Bruno Ulivieri/AGIF

Colunista do UOL

17/07/2020 04h00

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Dudu embarcou para o Qatar e vai assinar em breve com o Al-Duhail. O camisa 7, considerado por muitos o melhor do Brasil em temporadas como as de 2016 e 2018, não conseguiu atrair o interesse de nenhum gigante europeu e não teve espaço na seleção brasileira.

Foram quatro bolas de prata e uma de ouro em quatro anos, prêmios individuais em cerimônias de diferentes instituições e recordes e mais recordes com a camisa alviverde. Por que nenhum time de expressão veio atrás daquele que foi destaque por anos no país que costuma exportar talentos?

O principal para ter a tão sonhada chance na Europa é a idade. Aos 28 anos, ele já não tem poder de revenda, o que faz times como Real Madrid, Barcelona, Manchester United e PSG, por exemplo, já nem o colocarem no radar. Normalmente, essas equipes gostam de comprar atletas entre 18 e 20 anos. Atletas que têm até 23 anos e são considerados excepcionais também têm chances, mas a situação também já dificulta.

Um bom exemplo é o de Everton Cebolinha. Titular na conquista da Copa América pela seleção brasileira, o jogador do Grêmio teve algumas sondagens, mas nenhuma proposta considerada tentadora pelo time de Porto Alegre para que a venda fosse concretizada. E ele tem 24 anos.

Além disso, Dudu chegou a atuar em um mercado periférico quando era mais novo e não brilhou. Contratado pelo Dínamo de Kiev em 2011, ele não conseguiu vingar e precisou voltar ao Brasil para ter destaque novamente. Atletas que "batem e voltam" também têm mais dificuldade para receber uma segunda chance.

Na seleção brasileira, a discussão é ainda maior. A comissão técnica avalia jogos in loco, vai a treinos e faz uma série de observações sobre diversos jogadores. Mesmo Dudu sendo eleito o melhor do país em alguns anos, a seleção não se convenceu que ele merecia uma oportunidade por questões táticas. O entendimento é que o atleta tem qualidades técnicas, mas não consegue desempenhar diferentes papéis necessários no jogo ideal de Tite.

Luan, hoje no Corinthians, também já foi destaque no Grêmio e não conseguiu espaço por um motivo semelhante. Faltou variação tática.

Ao ir para o Qatar, Dudu dá um adeus definitivo à chance de representar a seleção brasileira e de um dia jogar em um time grande da Europa, mas certamente conseguirá garantir o seu futuro e o de gerações com o acerto financeiro que fez para defender o Al-Duhail.