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Thiago Braz fora de Paris: o que leva um atleta olímpico a se dopar?

Sempre que vejo um atleta olímpico de alto nível pego no antidoping, especialmente por uma substância como anabolizante, especialmente às vésperas dos Jogos, me pergunto: o que deu na cabeça da pessoa?

Não só pelos efeitos que anabolizantes provocam: pressão alta, tumores, alterações graves de humor, entre outros. Afinal, temos aí milhares de histórias que provam o que instituições e indivíduos estão dispostos a sacrificar por prêmios e pódios. Uma vida prejudicada para sempre por uma medalha.

Agora, uma figura de destaque no atletismo e na natação — os mais olímpicos dos esportes — sabe que vai ser testada incessantemente. O assunto é sério. Os testes, surpresa.

Não é a várzea das ligas americanas, que nem sequer integram o sistema internacional liderado pela Agência Mundial Antidopagem, por exemplo.

Lembrando que Thiago, ouro no Rio e bronze em Tóquio, já estava suspenso preventivamente e, portanto, sem índice para Paris. Agora, tomou um gancho oficial de 16 meses, o que deve deixá-lo mesmo fora dos Jogos franceses.

Volto, então, à minha pergunta: o que Thiago pensou?

Não tem outro jeito de seguir forte na elite? Tem como tomar essa parada e não ser pego? Vou arriscar e dane-se, seja o que a deusa quiser?

A essa altura do campeonato, parece muita ingenuidade acreditar que poderia escapar — ainda que sob um esquema organizado, que também não seria inédito nesse universo. Mas a casa de quem tentou fazer isso antes caiu e caiu feio. É cada vez mais difícil escapar do controle de dopagem, do pessoal que sua diariamente para manter o jogo limpo e o mais justo possível.

Pode ter sido burrice. Ou desespero. Ou talvez ele acredite tanto na sua improvisada carreira de coach motivacional, que tenha arriscado a carreira que lhe deu a credibilidade para se vender como mentor de qualquer coisa. Talvez agora ele, que já se alçou na alturas, possa focar suas lições na parte da queda.

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Não sei. Só sei que a casa caiu.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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