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As diferenças entre as vitórias de Flamengo e São Paulo na Libertadores

Ambos os times enfrentaram, ontem, equipes chilenas ruins. Ambos em casa. Ambos com vitória por 2 a 0.

O tom da repercussão, no entanto, foi um pouco diferente.

Do lado rubro-negro, uma leve decepção. Afinal, o Palestino tomara de 4 a 0 do Bolívar, no Chile, e o Flamengo é o Flamengo. Atual campeão carioca, clube mais rico e com o melhor elenco do país. Esperava-se mais. Mas tudo bem, 3 pontos garantidos, ninguém vai morrer por causa disso.

Ao Tricolor não faltaram críticas. Vaias da torcida. Carpini cada dia mais pressionado. O que dá para esperar do resto da temporada se precisa de quase 90 minutos para marcar contra o Cobresal?

A gente sempre exagera um pouco, mas eu vejo duas diferenças grandes entre os placares iguais.

O Flamengo fez 1 a 0 logo aos 20 minutos, com um golaço tão lindo quanto humilhante de Pedro. Começou a ganhar cedo, pecou em alguns lances por puro preciosismo, com a confiança de quem nem cogitava perder. Arrascaeta tentou marcar de letra e o próprio Pedro foi fominha em algumas ocasiões, desperdiçando boas chances. O Palestino até pôde empatar no segundo tempo, quando o Fla deu claros sinais de cansaço e piora. Só que não. A sensação sempre foi a de que os favoritos venceriam.

No Morumbis, a história foi outra. O São Paulo estava amargando um empate contra o último colocado do Chilenão até os 37 do segundo tempo. O primeiro gol saiu na força do ódio e o segundo, depois de um cabeceio ruim de Calleri, que ele mesmo corrigiu ao pegar o rebote e mandar para a rede, já aos 43.

Como resultadista de carteirinha, sinto que meu lugar de fala é apropriado aqui. Vencer é bom. É fundamental. É questão de sobrevivência. A carreira sem vitórias é um deserto. Mas só vencer não basta, especialmente quando falta estofo. E Carpini ainda carrega uma bagagem pequenininha, uma mala de mão modesta.

Ao contrário de Tite e sua coleção de malas. Ele pode ir chegar na coletiva e dizer que o elenco mais caro do continente está cansado. Reclamar do calendário em abril, antes mesmo do início do Brasileirão. Depois de uma vitória magra e de um empate com um a mais em campo, na Libertadores. Segue o baile.

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Carpini vai para a coletiva com lista de lesionados e de estatísticas, dizer que está confortável no desconforto e parecer bastante desconfortável no desconforto de quem sabe que está pressionado. E tome mais pressão.

A diferença de ontem esteve no futebol apresentado, sim. Esteve, também, na envergadura das costas de quem comanda as equipes e no retrospecto recente dos clubes. No final das contas, o Flamengo tem bem mais garrafa vazia para vender. E isso importa. Muito.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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