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Mediocridade dolosa: Argentina tira onda do Brasil em noite para esquecer

"Mamãe, por que eles estão brigando? Por que o moço tem uma espada?" Eliminatórias da Copa do Mundo e eu tentando explicar ao meu filho de 4 anos por que ele estava vendo homens fardados com cassetetes em vez de jogadores com bola. Por que tinha criança chorando e tanta gente "deselegante". Por que tinha um moço sangrando tanto. Por que o goleiro da Argentina estava dando tapa em policial. Por que o Messi estava indo embora.

Porque a gente não é civilizado e porque ninguém aprendeu nada com o histórico de violência de nossas torcidas. Porque não podemos sentar juntos. Porque falhamos como sociedade.

Mas como o jogo segue, temos um jogo para analisar.

Um jogo em que o Brasil melhorou. Defensivamente, nem parecia a mesma equipe que cedera tantas chances à Colômbia — Carlos Augusto ajudou a fechar melhor a casinha pela lateral. Em certos momentos, mal se percebia Messi em campo.

O que se percebia eram dois times encaixotando-se, marcando bem, muito fortes na recuperação de bola, na marcação dupla, tripla. Ao mesmo tempo, incapazes de acertar a última bola e ameaçar o rival. O melhor momento foi um chute de Martinelli que Romero salvou com Dibu batido no lance.

O mesmo Martinelli perdeu oportunidade em lance de Jesus, já na segunda etapa. Cinco minutos antes do escanteio que Otamendi aproveitou em subida belíssima sobre Gabriel Magalhães e André, cabeceando a bola no alto, por cima de Alisson. Um a zero.

O que parecia difícil de recuperar ficou impossível com a expulsão de Joelinton depois de agressão sobre De Paul, dez minutos depois de entrar em campo. Em uma leva de substituições em que Diniz tirou Martinelli, em vez do invisível Rodrygo.

O Brasil não jogou mal. Não tomou a sova que alguns temiam. Anulou Messi. Disputou uma partida dura e tensa. Perdeu por 1 a 0 do atual campeão do mundo.

Mas perdeu. Antes, durante e depois do jogo. Perdemos futebol e perdemos moral, representados por uma seleção que não consigo imaginar saindo de campo por nós.

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Perdemos a terceira seguida nas Eliminatórias, a primeira em casa, na história. A quarta partida sem vitórias. Estamos em sexto entre dez países.

Não faltam recordes e feitos inéditos à CBF e seu projeto Diniz.

Parabéns aos envolvidos pela coroação de um ano dolosamente medíocre.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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