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Atletas de basquete oficializam sua associação para 'encerrar amadorismo'

Guilherme Giovannoni foi publicamente convidado para participar da associação de jogadores - Alexandre Vidal/Divulgação
Guilherme Giovannoni foi publicamente convidado para participar da associação de jogadores Imagem: Alexandre Vidal/Divulgação

Daniel Neves

Em Franca*

31/01/2011 12h00

A associação dos jogadores de basquete finalmente saiu do papel. Após enfrentar problemas burocráticos e ter sido adiada por mais de um ano, a criação oficial da entidade foi concretizada durante a realização do Jogo das Estrelas do Novo Basquete Brasil (NBB) e deve dar maior profissionalismo nas relações entre a categoria e os clubes.

A existência desta associação era uma das principais cobranças da Liga Nacional de Basquete (LNB), que desejava ter uma entidade com a qual pudesse determinar direitos e deveres dos jogadores que disputam o NBB. Árbitros e técnicos já haviam criado suas próprias associações para dialogar com a liga.

“Estas entidades são fundamentais. Se amanhã forem cobrar, elogiar ou criticar, temos que ter representantes legais que possam responder por isso”, disse o presidente da LNB, Kouros Monadjemi. “Agora, por exemplo, será possível para a liga tratar da questão de salários atrasados de atletas, ver os motivos disto e tomar as medidas cabíveis”.

O presidente da associação dos jogadores é o ex-armador Ratto, atualmente técnico do Uberlândia. O mandatário da entidade aguarda a resposta de uma consulta a advogados para saber se poderá acumular esta função, já que não é mais atleta.

A associação deve contar com a participação ativa de alguns dos principais astros do NBB. Marcelinho Machado faz parte da diretoria, enquanto Guilherme Giovannoni foi publicamente convidado para participar. O objetivo inicial é tratar, em conjunto com a liga, de problemas como contrato de atletas e calendário.

“Seria interessante discutir um modelo de contrato básico para todos os atletas, que seria utilizado como parâmetro”, disse Giovannoni. “Hoje existem clubes que fazem contratos verbais, fica apenas na confiança. Outra questão é o calendário. Para nós, fica complicado disputar quatro ou cinco jogos na semana. É ruim para o jogador e para o clube.

A questão do calendário também é alvo de preocupações da LNB. A entidade tem trabalhado junto às organizações internacionais para definir com antecedência a programação dos torneios sul-americanos, que provocaram adiamentos de jogos nas últimas edições do NBB.

“Calendário tem sido um dos grandes problemas que nós temos, mas pode ter certeza de que está chegando ao fim”, comentou Monadjemi. “Jogos internacionais, por exemplo, tivemos que adequar nosso calendário porque as datas nunca foram fixas. Isso já mudou. Foi uma vitória que a Liga teve, pois convencemos a Abasul a definir com antecedência a Liga Sul-Americana. Estamos empenhados em fazer isso com a Fiba e a Liga das Américas”.

* Jornalista viajou a convite da organização do NBB