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Pré-candidato negro à Presidência vira alvo de racismo: 'Preto nojento'

Leonardo Péricles, pré-candidato pelo partido Unidade Popular pelo Socialismo (UP) - Divulgação
Leonardo Péricles, pré-candidato pelo partido Unidade Popular pelo Socialismo (UP) Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

19/07/2022 17h11

O pré-candidato à Presidência da República pela UP (Unidade Popular), Leonardo Péricles, virou alvo de ataques racistas pelas redes sociais. Vários perfis deixaram mensagens ofensivas nas páginas do político, que expôs algumas delas no último domingo (17). Os ataques teriam acontecido dias antes, na quarta-feira (13) e quinta-feira (14).

"Sou português ariano puro e sinto nojo de pretos porque tua raça tem em média 55-80 de QI e também possuem uma altíssima propensão para violência. A raça preta deveria ser expulsa das cidades e empurrada de volta para a selva, um lugar que nunca deveriam ter saído", disse um internauta chamado "Bruno Silva", conforme mostra a publicação exposta por Péricles.

De acordo com a UP, o perfil do referido internauta sumiu no dia seguinte aos ataques, que aconteceram pelo Facebook. "Vota em Bolsonaro para o Brasil continuar racista. Bolsonaro é o maior racista do Brasil. Viva o racismo! Preto nojento!", continuou o suspeito nas mensagens a Péricles.

Pelas redes sociais, o pré-candidato e a Unidade Popular repudiaram os ataques e os associaram ao fato de ser a primeira disputa pela Presidência com um homem negro entre os concorrentes depois de 90 anos.

Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 2014, Marina Silva foi a única candidata que se declarava como preta. Já em 2018, além da ex-ministra, Vera Lúcia também se declarou como preta no registro de candidatura. Entre os homens, apenas Cabo Daciolo se declarou como não-branco, se registrando como pardo.

Leonardo Péricles ainda disse que essa não foi a primeira vez que sofreu ataques, mas que agora isso acontece de forma "intensa e ostensiva".

Ao UOL, a UP disse que tomará as medidas cabíveis e acredita que os ataques sejam orquestrados. A Unidade Popular ainda atribuiu os ataques ao governo Jair Bolsonaro (PL) por ter dado, segundo a legenda, "voz ao racismo" e "avanço na ideologia fascista que não suportaria ver homens negros disputando cargos de poder".