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Boulos: Lula não vai evitar atos públicos após ataques de bolsonaristas

Colaboração para o UOL

14/07/2022 08h51Atualizada em 14/07/2022 09h32

Coordenador da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) disse, em entrevista ao UOL News hoje, que o petista não vai evitar atos públicos após os recentes ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Semana passada, um guarda municipal filiado ao PT foi assassinado por um bolsonarista.

"Isso não pode nos intimidar. O Lula não vai ficar parado sem fazer manifestações, encontros pelo Brasil por conta da intimidação bolsonarista. Precauções com a segurança já estão tomadas, e acho que têm funcionado, mas não podemos deixar de ir às ruas. Isso é o que Bolsonaro quer", afirmou o pré-candidato a deputado federal por São Paulo.

Outro ataque contra petistas também aconteceu no início deste mês, com a presença do próprio Lula. Uma bomba caseira com fezes foi lançada contra o público que acompanhava o ato do ex-presidente na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. O forte esquema de segurança instalado na praça que abriga milhares de pessoas não conseguiu impedir o ataque, que ocorreu por volta das 18h50 antes de o pré-candidato subir ao palco.

Boulos disse que Bolsonaro é o "responsável moral" por esses ataques. "Bolsonaro é o responsável moral por essa violência feita por apoiadores porque ele a estimula de forma direta cotidianamente".

PEC dos Auxílios e popularidade de Bolsonaro

Durante a entrevista, Guilherme Boulos rejeitou a ideia de que "PEC dos Auxílios", aprovada em segundo turno ontem na Câmara dos Deputados, aumente significativamente a popularidade de Bolsonaro.

"A oposição não tinha condições nenhuma de votar contra aumento do Auxílio Brasil, vale-gás, [auxílio para] caminhoneiros, medidas sociais que nós defendemos. Seria uma incoerência da esquerda. É óbvio que Bolsonaro usar isso por razões eleitorais, isso está claro para a sociedade, o que me faz crer que o efeito que ele deseja não virá".

Boulos ainda defendeu o encontro de Lula com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), ontem. Na conversa, em Brasília, o pré-candidato do PT disse que fará uma lista de candidatos a deputados e a senadores, de vários partidos, que serão eleitos para "consertar o país".

"Eu não estou entre aqueles que acham Pacheco herdeiro de qualquer tipo de resistência. Ele tem feito o jogo, em alguns momentos tem sido contrapeso a Bolsonaro, mas tem atuações, sobretudo na CPI do MEC, no mínimo ambíguas. Agora, parte da imprensa cobrava de Lula que ele costurasse frente ampla contra Bolsonaro, quando Lula faz isso, ele é questionado".

Pacheco defende que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as suspeitas de irregularidades no repasse de verbas no Ministério da Educação só aconteça após as eleições.

Veja a entrevista completa e notícias do dia no UOL News: