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Sem Datena, Bolsonaro cogita apoiar Zambelli, Feliciano ou Pontes ao Senado

Jair Bolsonaro considera apoiar Carla Zambelli ao Senado por São Paulo - Reprodução
Jair Bolsonaro considera apoiar Carla Zambelli ao Senado por São Paulo Imagem: Reprodução

Carla Araújo, Beatriz Gomes e Weudson Ribeiro

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em Brasília

08/07/2022 23h14

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse hoje a apoiadores que cogita apoiar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para o Senado por São Paulo. Os nomes do deputado Marco Feliciano (PL-SP) e do ex-ministro Marcos Pontes (PL-SP) também foram aventados. Parte das cerca de 40 pessoas que acompanhavam o presidente se manifestaram a favor da congressista, autora de diversas ações na Justiça contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus apoiadores.

A declaração de Bolsonaro ocorre após o apresentador José Luiz Datena (PSC) abrir mão de concorrer ao Senado pelo Estado. O anúncio de desistência foi feito no fim de junho, poucas horas depois de o presidente declarar apoio à candidatura do jornalista da TV Bandeirantes, que liderava as pesquisas de intenção de voto.

De olho na reeleição à Presidência da República, Bolsonaro chegou hoje a São Paulo, onde deve participar da Marcha para Jesus neste sábado (9). O encontro com apoiadores ocorreu na saída de uma pizzaria na zona sul da capital. Ele estava acompanhado do pré-candidato ao governo do Estado Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e de outros ex-integrantes de sua gestão.

No local, o presidente disse esperar que a PEC dos Auxílios seja aprovada na Câmara dos Deputados e minimizou a investigações que têm como alvo o ex-ministro Milton Ribeiro. "Se aparecer corrupção em meu governo, a gente vai apurar. Eu estou com dezenas de processos, talvez centenas. Não dou bola para isso, a AGU [Advocacia-Geral da União] me defende", afirmou.

Hoje, a PGR (Procuradoria-Geral da República) rejeitou dois pedidos de investigação movidos pela oposição contra o mandatário por suposta interferência nas investigações contra Milton. Em parecer, a vice-procuradora-geral Lindôra Araújo afirmou que a discussão será tratada em inquérito sobre o caso que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal).

Ataque às urnas

Durante a passagem, o presidente voltou a atacar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e afirmou que vai convidar embaixadores de diversos países para participarem de reunião sobre o sistema eleitoral do Brasil. O encontro, sem data definida, deve ocorrer na próxima semana, segundo Bolsonaro. "O próprio ministro da Defesa mandou documento ao TSE dizendo que eleições são questão de segurança nacional. Não podemos encarar eleição sob manto da desconfiança", afirmou.

Declarações de Bolsonaro que colocam sob suspeita o processo eleitoral brasileiro são falsas e os resultados de todas as eleições realizadas desde sua implementação são confiáveis, afirmam especialistas em segurança digital ouvidos pelo UOL. Especialistas e autoridades, inclusive peritos da PF e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), também afirmar que a urna eletrônica é segura.

Segundo eles, nenhum sistema é 100% seguro. No entanto, na prática, é extremamente improvável aplicar uma fraude em larga escala na votação com urnas eletrônicas, já que isso implicaria a violação de inúmeras máquinas espalhadas pelo país. Mesmo assim, o TSE leva em conta, em seus testes de segurança, situações que são de complexa execução.

Desde que as urnas eletrônicas foram implementadas —parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000— nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados. A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.