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Randolfe descarta Marina como vice na chapa de Haddad em SP

Segundo Randolfe, a ex-ministra deverá seguir com o projeto de candidatura à Câmara Federal - Edilson Rodrigues/Agência Senado
Segundo Randolfe, a ex-ministra deverá seguir com o projeto de candidatura à Câmara Federal Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

21/06/2022 11h52

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) descartou a ex-senadora Marina Silva (Rede) como candidata a vice na chapa com o ex-ministro Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo. Segundo ele, a ex-ministra deverá seguir com o projeto de candidatura à Câmara Federal pelo estado. A intenção, entretanto, não foi confirmada por Marina (leia mais abaixo).

Depois de anos rompida com o PT, ela se aproximou da candidatura de Haddad, com quem compôs ministério no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O apoio da ex-ministra também é cobiçado pelo PT nacionalmente, mas ainda não se formou.

"Marina será candidata a deputada federal, já está encaminhado", afirmou o senador, em evento de lançamento das diretrizes do programa de governo da campanha de Lula, que ele ajuda a coordenar.

O nome de Marina como integrante da chapa esquentou no meio de junho, quando o partido oficializou o apoio a Haddad em um evento em São Paulo com a presença da ex-senadora - algo que não aconteceu no evento de Lula.

A pessoas próximas, Haddad dizia que a ex-ministra seria a "vice dos sonhos", conforme revelou o jornal o Estado de S.Paulo, por seu importante papel como liderança ambiental e por também aproximar o eleitor de centro.

A união, no entanto, ainda passaria por entraves com o PSB e o PSOL, dois dos principais apoiadores da candidatura, que esperam compor os outros dois cargos majoritários.

Marina diz que ainda não tomou decisão

Em nota divulgada após a fala de Randolfe, Marina afirma que ainda não tomou uma decisão. "A forma como irei dar minha contribuição nas eleições de 2022 ainda está na fase de decisão a ser anunciada por mim em momento oportuno", diz o texto.

A ex-ministra informou que viaja amanhã (22) para Portugal, para participar de agenda sobre as comemorações de 200 anos da Independência do Brasil. "No retorno, à luz dos cenários políticos postos e das minhas reflexões, eu me pronunciarei sobre minhas decisões."

Reaproximação com Lula

Apesar de ter integrado a campanha petista em São Paulo, Marina ainda não oficializou seu apoio a Lula, mas tem dito estar aberta a conversas.

Lula tem buscado a reaproximação e elogiado a gestão de Marina como ministra do Meio Ambiente, entre 2003 e 2008. Marina rachou definitivamente com o PT durante a disputa eleitoral de 2014, após as investidas das propagandas da campanha de Dilma Rousseff (PT) contra ela. Fora do segundo turno, apoiou Aécio Neves (PSDB) e cortou de vez os laços com o governo.

Marina ainda se mostrava resistente com a declaração de apoio. Ela não foi ao evento em que a Rede, partido que ajudou a fundar, decidiu entrar para aliança em torno de Lula e evitava falar no assunto.

Agora, o quadro parece mudar. À imprensa, Randolfe disse que, embora a ex-ministra não tenha participado formalmente na construção das diretrizes do programa, toda a parte de meio ambiente e desenvolvimento sustentável foi baseada nos anos de Marina no governo.