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Pré-candidato do PSTU no Rio promete moratória da dívida e casas populares

Pedro Vilas Boas e Jessica Bernardo

Colaboração para o UOL

19/05/2022 16h37Atualizada em 19/05/2022 17h26

O pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro Cyro Garcia (PSTU) afirmou que, se eleito, vai romper com o regime de recuperação fiscal do estado e declarar uma moratória da dívida com a União para investir em áreas como moradia, saúde e educação. Ele também criticou a Lei de Responsabilidade Fiscal.

"Temos que romper com o regime de recuperação fiscal, que está sendo imposto pela União em relação a todos os estados. Deixar de pagar essa dívida do regime de recuperação fiscal, declarar a moratória unilateral à União e, com esse dinheiro, combinado com outras questões, como não pagamento de dívida pública, [fazer a] ruptura da Lei de Responsabilidade Fiscal", disse.

As declarações foram feitas durante a sabatina UOL/Folha hoje, que teve como entrevistadores os colunistas do UOL Kennedy Alencar e Chico Alves e o repórter da Folha Italo Nogueira.

Garcia também prometeu criar um plano de obras públicas para combater o desemprego no Rio de Janeiro, focado na construção de escolas, unidades de saúde e moradias populares. Ele afirmou que é preciso agir na área da habitação para dar dignidade à população que vive em condições precárias e retirar os moradores de áreas de risco.

Ele ainda propôs a reestatização de todas as empresas de transporte público no Rio e disse que o metrô de São Paulo é mais eficaz, sendo estatal. No estado paulista, quatro linhas são administradas pelo governo e duas são geridas pela iniciativa privada, através de concessões.

"Queremos criar uma estatal rodoviária e expropriar empresários da Fetranspor. Colocar tudo isso sob o controle dos trabalhadores e subsidiar as tarifas."

Defendeu que o metrô seja expandido para atender as necessidades da classe trabalhadora e incentivar mais o transporte ferroviário. "É mais limpo, mais eficiente e transporta um maior número de pessoas."

Ao falar sobre segurança pública, disse que o modelo atual "criminaliza a pobreza" e que é preciso um "debate sério" sobre a descriminalização das drogas. "Droga para mim é questão de saúde pública, não de segurança pública", afirmou.

Garcia também defendeu a desmilitarização da polícia e a criação de uma polícia civil que incorpore tanto os setores de inteligência da corporação quanto o policiamento ostensivo. O pré-candidato afirmou ainda que é favorável à autodefesa da população.

"Nós defendemos a autodefesa da classe. Mas não fazendo armamento de supermercado, tendo condições de as associações de moradores poderem se armar, MST, MTST, sindicatos. Autodefesa a partir das organizações da classe trabalhadora", declarou.

Pesquisa Datafolha

Segundo pesquisa Datafolha divulgada em abril, há um empate técnico na liderança entre o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) e o atual governador Cláudio Castro (PL).

O terceiro lugar traz oito candidatos tecnicamente empatados: Anthony Garotinho (União Brasil), com 7%; Rodrigo Neves (PDT), com 5%; Eduardo Serra (PCB), com 4%; General Santos Cruz (Podemos), também com 4%; Cyro Garcia (PSTU), com 3%; André Ceciliano (PT), com 2%; Felipe Santa Cruz (PSD), com 2%; e Paulo Ganime (Novo), que tem 1% das intenções de voto.

A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Calendário das sabatinas no Rio

  • 20/5 - 10h - Marcelo Freixo (PSB)
  • 20/5 - 16h - Cláudio Castro (PL)

As entrevistas acontecem até o dia 20, sempre ao vivo, com uma hora de duração e com transmissão pela internet nos sites e perfis nas redes sociais do UOL e da Folha. Os entrevistadores serão os colunistas do UOL Kennedy Alencar e Chico Alves e o repórter da Folha Italo Nogueira.

Nas próximas semanas, também serão feitas sabatinas com candidatos ao governo do Paraná, Pernambuco, Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul.