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Em pré-campanha, Doria diz que viagem à Bahia é 'reencontro com origens'

Doria dança forró com moradora - Reprodução/Twitter/jdoriajr
Doria dança forró com moradora Imagem: Reprodução/Twitter/jdoriajr

Do UOL, em São Paulo

11/04/2022 11h41

O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), pré-candidato à Presidência da República, classificou hoje a sua viagem à Bahia como um "reencontro" com as suas "origens". Na gravação de 1min25seg, divulgada nas redes sociais, Doria conversa com moradores locais já em tom de campanha eleitoral.

"Muito emocionante vir aqui à Bahia, minha terra, Salvador, e depois, Rio de Contas", diz ele em um dos trechos. "Começo essa nova etapa tendo um reencontro com minhas origens. Eu amo o Brasil! Obrigado, Bahia! Obrigado, Rio de Contas!", acrescenta, na legenda.

Doria nasceu em 1957 na cidade de São Paulo, mas é filho do publicitário e ex-deputado federal baiano João Agripino Costa Doria Neto (1919-2000) e da empresária paulista Maria Sylvia Vieira de Moraes Dias Doria.

Em Rio de Contas, cidade com 13 mil habitantes, localizada a 738 km de Salvador, o ex-governador de São Paulo também dançou forró com alguns moradores, citado por ele como "conterrâneos".

Teve até dancinha na minha visita a Rio de Contas, na minha amada Bahia. Beijo carinhoso aos meus conterrâneos. Em especial à Simone Reis. Excelente dançarina. João Doria

Ainda patinando nas pesquisas eleitorais (com cerca de 2% das intenções de votos nos principais levantamentos), Doria tem dito a aliados que o único caminho para enfrentar a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é uma união entre PSDB, União Brasil e MDB.

Doria, que tem preferido chamar o bloco de "a via da esperança", já admite, no entanto, que os partidos têm até, no máximo, o início de junho para que os nomes dessa chapa estejam definidos. Se não houver acordo entre as legendas nesse prazo, o tucano diz que não haverá força para enfrentar Bolsonaro e Lula.

A avaliação feita por tucanos ligados a Doria é que a campanha deste ano será "curta, competitiva e suja", mas se o grupo da terceira via conseguir uma saída, a partir de 15 de agosto, com o início oficial da campanha, há chances de uma candidatura competitiva para quebrar a polarização.

Chama o Meirelles

Enquanto define as agendas pelo país, Doria tenta também acertar as arestas em São Paulo. Depois do desgaste do episódio em que ameaçou desistir de deixar o governo e abandonar a disputa à Presidência, o ex-governador quer refazer a relação com Rodrigo Garcia, que assumiu o governo de São Paulo, e concorrerá à reeleição.

Doria tem afirmado que quer ajudar na campanha de seu sucessor e, para isso, apoiou a escolha do ex-ministro Henrique Meirelles (União Brasil), que deixou a secretaria da Fazenda de São Paulo, para a vaga de vice de Garcia.

O acordo costurado por Garcia e Meirelles foi visto como bons olhos por aliados de Doria.

A avaliação do ex-governador é que a escolha de Meirelles para ser vice do tucano tem potencial de ajudar na aliança entre as legendas e ajudar as campanhas. Meirelles deixou o PSD e se filiou ao União Brasil no último dia da janela partidária, mas já avisou a aliados que desistiu da ideia de concorrer ao Senado pelo estado de Goiás.

Humanização do candidato

Auxiliares do ex-governador paulista têm destacado que a rejeição de Doria nas pesquisas vem caindo nos últimos meses e apostam em suas viagens pelo país para quebrar a resistência do eleitor.

Há o reconhecimento de que o tucano precisa passar por uma espécie de 'humanização', já que hoje há uma rejeição à "pessoa física", e não ao seu perfil político. É com o objetivo de dar um tom mais sentimental a sua campanha que Doria desembarcará amanhã na cidade de Rio das Contas (BA), terra natal de seu pai.