Topo

Após se filiar ao PL, Pazuello é exonerado da assessoria da Presidência

20.mai.2021 - O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante 2º depoimento à CPI da Covid - Leopoldo Silva/Agência Senado
20.mai.2021 - O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante 2º depoimento à CPI da Covid Imagem: Leopoldo Silva/Agência Senado

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/04/2022 10h43Atualizada em 07/04/2022 11h28

O ex-ministro da Saúde e general do Exército, Eduardo Pazuello, foi exonerado do cargo de Assessor Especial da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

A exoneração do ex-ministro foi publicada na edição de hoje do DOU (Diário Oficial da União), mas havia sido solicitada desde 5 de abril. A mudança ocorre poucos dias após Pazuello se filiar ao PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, em 1º de abril.

Segundo o DOU, a exoneração ocorreu "a pedido" de Pazuello e teve aprovação de Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil.

Pazuello deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro, segundo informações confirmadas ao UOL pela sigla e pela assessoria do ex-ministro.

O general foi nomeado em outubro de 2021 para o cargo de assessor especial na Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. A nomeação foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e publicada no DOU.

O ex-ministro fazia parte do órgão desde junho de 2021. Pouco mais de dois meses após deixar o comando do Ministério da Saúde, Pazuello assumiu como secretário de Estudos Estratégicos da SAE.

Demissão da Saúde e recolocação

Eduardo Pazuello foi demitido do cargo de ministro da Saúde em março de 2021, em meio a um grave momento enfrentado pelo país durante a pandemia da covid-19. Ele foi substituído, então, pelo atual chefe da pasta, o médico Marcelo Queiroga.

A gestão do general à frente da pasta ficou marcada pela crise e falta de oxigênio para pacientes internados com covid-19 em janeiro do ano passado e pelo atraso na compra de vacinas contra o novo coronavírus. De acordo com o depoimento do general da reserva, ele não foi o único responsável pelo avanço da covid-19 no Brasil, durante sua gestão à frente da Saúde.

Segundo ele, o colapso do sistema de saúde em Manaus no começo de 2021, que marcou o avanço de mortes pela doença no país, ocorreu porque ele não foi acionado antes. Caso fosse, segundo ele, "teria agido", mas que só poderia atuar quando fosse solicitado.

Em abril do mesmo ano, o general foi realocado pelo presidente Jair Bolsonaro para um cargo na Secretaria-Geral do Exército. Naquela posição, Pazuello era responsável, entre outras coisas, por preparar as reuniões do Alto Comando do Exército, conduzir o processo de concessão de medalhas e assessorar o comandante do Exército.

TCU investia irregularidade em contratos de Pazuello

O TCU (Tribunal de Contas da União) abriu uma investigação no início de março para apurar possíveis irregularidades em contratos firmados por Eduardo Pazuello durante a gestão da Operação Acolhida — entre 2018 e 2020 —, e como secretário-executivo do Ministério da Saúde, em 2020.

O pedido foi feito pelo Congresso Nacional após a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados apontar irregularidades possíveis em contratos com a ISM Fomes de Mattos Eireli.

A empresa fornecia refeições na Operação Acolhida e prestava serviços para o Ministério da Saúde ao Hospital Federal Cardoso Fontes, no Rio de Janeiro.

Segundo a avaliação do Congresso, a ISM, que tem sede em Fortaleza, foi contratada 11 vezes pela 1ª Brigada de Infantaria da Selva do Exército para fornecer refeições aos refugiados, entre 2018 e 2020, totalizando R$ 141,6 milhões.

*Com Rayanne Albuquerque, do UOL, em São Paulo