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Advogado de Moro acusa Podemos de calote quando ex-juiz era filiado à sigla

Sergio Moro deixou o Podemos na semana passada para se filiar ao União Brasil - Reprodução
Sergio Moro deixou o Podemos na semana passada para se filiar ao União Brasil Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

06/04/2022 11h41

O advogado do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), Luis Felipe Cunha, acusou o Podemos de dar calote nele e em outros profissionais quando o ex-ministro ainda era filiado ao partido. Segundo informações do colunista Igor Gadelha, do portal "Metrópoles", Cunha e os outros funcionários trabalharam na pré-campanha presidencial de Moro.

De acordo com a reportagem, o advogado confirmou que uma de suas empresas, a "Bella Ciao Consultoria", fechou um contrato com a Fundação Podemos para elaborar o plano de governo do ex-juiz da Lava Jato. O valor mensal acordado para o serviço foi de R$ 30 mil.

Cunha afirma que o contrato foi fechado em dezembro do ano passado, mas "somente as duas primeiras parcelas referentes à prestação do serviço foram efetivamente quitadas".

"Essa situação de inadimplência também afetou outros prestadores de serviço contratados pelo Podemos para atuar no período pré-eleitoral", disse o advogado ao "Metrópoles". Segundo ele, o marqueteiro argentino Pablo Nobel também não recebeu pagamento por seus serviços.

O UOL entrou em contato com a assessoria de imprensa do Podemos e de Moro e aguarda retorno.

O "Metrópoles" também apurou que dirigentes do Podemos querem cobrar o União Brasil pelos gastos que o partido teve com Moro enquanto ele esteve filiado à legenda. O ex-juiz deixou a sigla comandada por Renata Abreu na semana passada. O Podemos diz que soube da saída pela imprensa.

Caciques do Podemos calculam que o partido gastou R$ 4,9 milhões com Moro, de acordo com o portal. Esse valor corresponde a despesas com a contratação de pesquisas e auditoria, segurança privada, salário, viagens e aluguel de carros.

Segundo apuração do jornal "Folha de S. Paulo", o Podemos também pagou pela blindagem do veículo que Moro usaria em sua campanha presidencial.

A saída repentina do ex-juiz provocou ressentimentos na cúpula do partido. Nos bastidores, Moro é acusado de traição mesmo após o Podemos ter atendido todas as demandas dele.