Topo

Aécio: Doria insistir em disputar Presidência levará PSDB à quase extinção

Do UOL, em São Paulo

16/03/2022 13h18Atualizada em 16/03/2022 18h38

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) sugeriu hoje que o governador de São Paulo e pré-candidato do partido à Presidência, João Doria, desista de se lançar ao Planalto para dar espaço a um nome com menor rejeição. Para ele, a insistência do paulista pode levar o partido à "quase extinção".

"Passaram quatro meses e o candidato está estagnado nas pesquisas, e com o maior índice de rejeição de todos os candidatos. Não é demérito nenhum compreender que insistir nesse projeto não levará o PSDB fatalmente a uma derrota, levará à quase extinção", disse ele em entrevista ao UOL News. "É hora de ter responsabilidade, se até agora o candidato não se viabilizou, [...] deviam estar examinando a possibilidade de lançar o candidato ao Senado".

Ele também disse que o efeito da candidatura de Doria pode "impactar a sobrevivência do partido". "O PSDB pode virar um nanico", declarou.

Neves, candidato derrotado à Presidência em 2014, sugere o nome do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para unificar a chamada "terceira via". Leite perdeu para Doria nas prévias do partido, que aconteceram em novembro do ano passado.

Para o ex-senador, as prévias não asseguram uma candidatura, mas sim, as convenções partidárias. "As prévias não podem se transformar em uma camisa de força, que impeça o PSDB, que tem quadros extraordinários, inclusive o Eduardo Leite, de protagonizar esse processo. Seria um desserviço ao país", disse ele, acrescentando que o nome de Doria ainda tem de ser homologado na convenção tucana.

"As pesquisas sucessivamente nos dão um recado muito claro, ou temos responsabilidade na construção de uma terceira via única, que aglutine as principais forças de centro, ou vamos levar os brasileiros a terem apenas essas duas opções aqui apresentadas", disse, em alusão ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lideram as pesquisas. "Estive longamente com Leite [...], apelo para que ele possa se colocar em condições de ter seu nome avaliado, não só pelo PSDB, mas pelo conjunto de forças ao centro".

Apesar da fala, ele não sugere que Leite se junte a outra legenda, como vem sendo aventado nos últimos dias. Nesta manhã, ele esteve com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, em evento de filiação de uma aliada do gaúcho, a ex-senadora Ana Amélia.

Veja as notícias do dia no UOL News com Fabíola Cidral:

Aécio também comentou sobre a quase certa chapa de Lula com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB em dezembro de 2021 após 33 anos.

Ele disse que os dois têm uma relação que remonta à Constituinte de 1988, "quase fraternal", mas que disse a ele achar que essa aliança com o petista é um "equívoco". "Foi o que combatemos", afirmou.