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Nunca mais farei campanha para bandido, preciso estar no 2º tuno, diz Ciro

Ciro Gomes (PDT) participou de conferência com presidenciáveis - Reprodução
Ciro Gomes (PDT) participou de conferência com presidenciáveis Imagem: Reprodução

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Balneário Camboriú (SC)

23/02/2022 15h44

O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) disse hoje que precisa estar no segundo turno porque nunca mais fará "campanha para bandido".

O político participou hoje do CEO Conference, organizado pelo BTG Pactual. No minuto final da palestra, Ciro foi perguntado em quem apoiaria caso houvesse um segundo turno entre ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). "Nunca mais farei campanha para bandido, por isso que eu tenho que estar no segundo turno", declarou.

No começo da palestra, Ciro foi questionado do que faria diferente em relação às outras tentativas para assumir o cargo. "Sou brasileiro e não desisto muito. É a frase mais fácil para me livrar dessa diligência eleitoral."

Ciro também declarou que o orçamento secreto "vai acabar no primeiro dia" de seu governo, caso vença as eleições neste ano.

O "orçamento secreto" remete a um tipo de emenda parlamentar —a de relator, com o código técnico RP-9. Ela ganhou esse apelido devido à maior falta de transparência na aplicação de seus recursos, segundo parlamentares de oposição ao governo Bolsonaro.

Ofícios não públicos obtidos pelo jornal "O Estado de S.Paulo" mostraram parlamentares ditando destinações e citando "cotas" e defendendo terem sido "contemplados". Em tese, cabe aos ministérios definirem a alocação dos recursos das emendas de relator.

Ciro também criticou a reforma da previdência e o sistema de repartição, em que todos os trabalhadores financiam as aposentadorias de quem já parou, por isso também é chamado de solidário.

"Só Brasil, Argentina e Venezuela insistem em regime de repartição. Mas hoje 70 de cada 100 brasileiros estão na informalidade. Essa previdência não existe."

Por diversas vezes e de maneiras diferentes, o político pediu para ter uma chance para assumir a presidência. "Me deem a bola, me deem a bola que eu vou mostrar o que posso fazer", repetiu.

Evento com outros presidenciáveis

Ontem, os pré-candidatos à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) e João Doria (PSDB) também participaram do evento e fizeram ataques ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Bolsonaro falará hoje mais tarde.

Na abertura do evento, o sócio sênior do BTG Pactual André Esteves salientou que iriam participar quatro dos cinco principais candidatos à Presidência da República, porém, sem falar nomes. Na lista de palestrantes não consta o nome de Lula.

Pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) em parceria com o Instituto MDA divulgada ontem apontou Lula na liderança com 42,2% das intenções de voto, à frente de Bolsonaro (PL), que ficou com 28%. Em terceiro lugar aparece o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 6,7%, tecnicamente empatado com Moro, com 6,4%. Doria tem 1,8% das intenções de voto.