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Se Deus me colocou ali, só Deus me tira de lá, repete Bolsonaro ao mercado

Presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de conferência com presidenciáveis - Reprodução
Presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de conferência com presidenciáveis Imagem: Reprodução

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Balneário Camboriú (SC)

23/02/2022 18h21Atualizada em 23/02/2022 22h09

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a repetir hoje (23) que só deve deixar o cargo se Deus o tirar dessa posição. Ele participou, por videoconferência, da CEO Conference, organizada pelo BTG Pactual.

"Não pensem que eu tenho apego a aquela cadeira que está ali. Mas tenho um compromisso e entendo que se Deus me colocou ali, só Deus me tira de lá. Mas temos que dar uma forcinha aqui também. Se tem alguém com perfil melhor, do bem, agora o outro lado já conhecemos, não apenas de oito anos, mas de 14 anos", disse Bolsonaro, durante sua palestra.

Os pré-candidatos à presidência Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (Podemos) e João Doria (PSDB) também estiveram no evento. O ex-presidente Lula (PT) não aceitou participar.

Logo após ser apresentado, Bolsonaro pediu para fazer um discurso inicial, que durou cerca de 20 minutos.

Nós temos um quadro atual de antecipação eleitoral, mas eu não tenho aceitado provocações para entrar nesse campo, nós temos um país para administrar. E quando se fala em economia, nós não podemos esquecer que ao longo desses últimos três anos tivemos dois (anos) em pandemia, realmente algo que nunca aconteceu semelhante no Brasil. Então sobrevivemos a tudo isso. Na área economia o Brasil é um dos países que menos sofreu. Lamentamos a parte sanitária, as mortes, lamentamos praticamente a morte da autonomia médica, mas não é um caso para a gente debater muito neste momento."
Jair Bolsonaro (PL), presidente da República

"O Brasil está polarizado. Apesar de eu não estar de campanha, o outro lado está de campanha", complementou Bolsonaro, sem citar nomes.

Na sequência, listou 16 medidas que, segundo ele, são apoiadas pelo "outro lado": a revogação da reforma trabalhista e da previdência, retorno do imposto sindical, a legalização do aborto, a liberação das drogas e o apoio a Cuba e à Venezuela.

"Nós sabemos o que vai acontecer com essa pátria se esses bandidos voltarem para cá? (...) O futuro do nosso Brasil depende das nossas escolhas. O outro lado vai trazer uma turma que já passou meses na prisão", voltou a atacar.

O ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto, ficou 580 dias preso e teve suas condenações anuladas pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O UOL entrou em contato com o PT —partido de Lula— e aguarda manifestação. O espaço está aberto a atualizações.

Evento com presidenciáveis

Diferente dos outros presidenciáveis que participaram do evento sozinhos, Bolsonaro estava acompanhado de dois ministros: Paulo Guedes, da Economia e Ciro Nogueira, da Casa Civil.

Na abertura do evento, ontem (22), o sócio sênior do BTG Pactual André Esteves salientou que iriam participar quatro dos cinco principais candidatos à Presidência da República, porém, sem falar nomes. Sergio Moro e João Doria tiveram palestras no primeiro dia. Hoje, foi a vez de Ciro Gomes e Bolsonaro.

Pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) em parceria com o Instituto MDA divulgada na segunda-feira (21) apontou o petista na liderança da disputa ao Palácio do Planalto, com 42,2% das intenções de voto, à frente de Bolsonaro (PL), que ficou com 28%. Em terceiro lugar aparece o ex-ministro Ciro Gomes, com 6,7%, tecnicamente empatado com Moro, com 6,4%. Doria tem 1,8% das intenções de voto.