Projetos defendem onça-pintada; animal inspirou nova camisa da seleção

E foi dada a largada rumo ao hexa: faltando pouco mais de 100 dias para a a Copa do Mundo de futebol masculino, que acontece em novembro no Qatar, a CBF divulgou no domingo (7) as novas camisas que seleção brasileira vestirá em campo.
Tanto a titular quanto a reserva têm detalhes que chamaram atenção (e geraram até reclamações sobre o "mau gosto da CBF") nas redes sociais: estampas inspiradas na pele de uma onça-pintada por toda camisa amarela e em detalhes na manga da azul. Independente das críticas, o modelo azul da camisa se esgotou em apenas uma hora de vendas.
Com o lema "Veste a Garra", os novos uniformes, segundo a CBF, além de homenagearem a coragem e cultura do povo brasileiro, são inspirados na garra e na beleza desse que é o maior felino de todas as Américas.
Mas essa espécie já é uma velha conhecida da população brasileira: estampa a nota de R$ 50, voltou recentemente à telinha da sua TV quando a Juma ficou com "reiva" e emocionou pelo sofrimento da onça queimada que conseguiu sobreviver às queimadas no Pantanal.
Além disso, ainda tem muita gente que tem dedicado a vida a garantir a sobrevivência desse animal que corre risco de extinção. Nos últimos anos, Ecoa contou histórias de gente, iniciativas e empresas que estão unindo forças para tentar salvar a onça-pintada. Vale lembrar:
Safari de onça
No Brasil, a onça-pintada habita todos os biomas brasileiros, menos os Pampas. Devido à caça ilegal, o bicho foi extinto no Rio Grande do Sul por volta dos anos 1950.
Para tentar evitar que o mesmo aconteça nos outros biomas, pessoas e iniciativas têm buscado formas de conscientizar a população da importância de manter o animal vivo não só para a espécie, como para o meio ambiente por inteiro.
O projeto Onçafari, por exemplo, atua há 11 anos no Pantanal e desde 2011 promove safaris para que mais gente possa ter contato com a espécie. Até o Richarlison, jogador do Tottenham e provável convocado para a Copa 2022, vestiu a nova camiseta da seleção e foi com a galera do Onçafari conhecer o bicho de perto.
'Conhecer para preservar'
Em um desses safaris, o estudante de biologia João Pedro Salgado conseguiu fotografar uma cena rara: uma onça-pintada devorando uma capivara. As fotos viralizaram nas redes sociais e muita gente criticou e até "cancelou" a pobre coitada da onça por estar se alimentando.
O estudante até já esperava esse tipo de reação. Sabia que a cena era forte e que a capivara também é um bicho que está nos corações brasileiros, mas divulgou mesmo assim para mostrar que tudo aquilo fazia parte da natureza dos bichos.
Para ele, é importante que mais gente tenha contato com essas coisas. "A gente que trabalha com biologia e conservação leva como lema 'conhecer para preservar'. A gente só preserva o que a gente conhece", afirmou à Ecoa João Pedro Salgado, graduando de biologia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e fotógrafo.
Tecnologia como aliada
A própria Nike, responsável pela criação e distribuição da nova camisa da seleção para a Copa de 2022 entrou na jogada para ajudar na preservação da onça-pintada.
Nos próximos três anos, a empresa vai viabilizar pesquisas e monitoramentos da espécie. 95 câmeras fotográficas serão instaladas em regiões dos biomas brasileiros, além da aplicação de colares de GPS em alguns dos animais.
O mesmo já estava sendo feito em Mato Grosso, onde a onça chamada de Niti Caré foi a primeira a receber o colar.
Tem até bisneto de caçador de onça que hoje usa de alta tecnologia para poder ajudar o bicho a não sumir. "Mas a melhor estratégia que a gente fez na fazenda foi capacitar [as pessoas]", diz o veterinário Diego Viana.
Mas e se eu encontrar uma onça?
Bom, caso você esteja andando por aí e dê de cara com uma onça-pintada: calma! Não precisa se desesperar, apesar da gente saber que pode ser difícil. Ecoa já trouxe um passo a passo do que fazer nessa situação.
Bem diferente do que o Zaquieu (Silvero Pereira) e Alcides (Juliano Cazarré) fizeram em Pantanal quando a Juma virou onça, na vida real, você precisa fazer contato visual com o bicho, não correr e se afastar lentamente.
"Não existe nenhuma presa da onça-pintada que seja bípede e da nossa altura", diz o veterinário Diego Viana. Ou seja: a capivara pode até ser comida para o animal, mas o ser humano não.
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