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Fundação Casa promove projeto fotográfico e roda de conversa sobre racismo

Após assassinato de George Floyd nos EUA, unidade da Fundação Casa promove projeto fotográfico e roda de conversa sobre racismo - Divulgação/Fundação CASA
Após assassinato de George Floyd nos EUA, unidade da Fundação Casa promove projeto fotográfico e roda de conversa sobre racismo Imagem: Divulgação/Fundação CASA

De Ecoa, em São Paulo

24/07/2020 17h29Atualizada em 25/07/2020 16h58

A unidade Madre Teresa de Calcutá II, da Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), na cidade de Iaras, no interior de São Paulo, anunciou hoje que adotou um projeto fotográfico e uma roda de conversa para discutir o racismo.

A iniciativa veio após o assassinato de George Floyd, homem negro morto pela polícia estadunidense em maio, fato que provocou uma série de debates e protestos no mundo sobre o racismo estrutural na sociedade e na polícia, liderados pelo Movimento Vidas Negras Importam.

A fundação é responsável por atender jovens infratores sentenciados a medidas socioeducativas de privação e restrição de liberdade, no estado de São Paulo.

De acordo com a instituição, a morte de Floyd fez com que sua equipe pedagógica e os jovens do centro quisessem produzir imagens que representassem "o sentimento de quem é discriminado pela cor da pele e o desejo que essas pessoas têm por um mundo mais justo".

"Falamos sobre respeito, empatia e os meninos compartilharam suas histórias envolvendo racismo. Na sequência, mostramos algumas inspirações de imagens e eles começaram o trabalho criativo", disse a coordenadora pedagógica do centro, Camila Lajarin de Oliveira.

"Foi muito interessante, pois o racismo é um problema que assola o mundo todo e que precisa ser debatido, ainda mais no contexto da pandemia, onde passamos por um momento de reflexão sobre nossos atos", concluiu.

Racismo no Brasil

No Brasil, de acordo com dados de 2018 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de analfabetismo entre os negros de 15 anos ou mais é de 9,1%, superior ao dobro da taxa de analfabetismo entre os brancos da mesma faixa de idade (3,9%).

Quanto ao ensino superior, o percentual de pretos e pardos que concluíram a graduação cresceu de 2,2%, em 2000, para 9,3% em 2017, segundo o IBGE. Entre a população branca, esse índice é de 22%.

Em 2018, pretos e pardos tinham um rendimento domiciliar per capita de R$ 934, enquanto os brancos ganhavam em média R$ 1.846. Neste mesmo ano, 15,4% dos brancos viviam na pobreza, já entre pretos e pardos esse percentual era de 32,9%.

De acordo com dados de 2017 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 75 a cada 100 pessoas assassinadas no país eram negras. Entre pessoas mortas em intervenções policiais, a proporção é a mesma.