Licença pra chegar! Depois de um breve recesso, Nós Negros está de volta. Aqui, você confere tudo que ronda o debate (da política ao entretenimento) sobre a população negra no Brasil e no mundo. Bom 2025 para nós. *** A primeira newsletter do ano não poderia começar com outro tema: com a retomada de Donald Trump à Presidência dos EUA, o que deve respingar na população negra de lá e do mundo? As expectativas não são as melhores. Trump foi eleito com discurso - e prática - que nitidamente vão na contramão de propostas e políticas de inclusão social e reparação histórica pelos anos de escravização de africanos no país. O advogado e professor de direito internacional Thiago Amparo relembrou esta semana em sua coluna a conclusão do escritor Ta-Nehisi Coates sobre Trump: de que ele é o primeiro presidente branco da história dos Estados Unidos - não no sentido étnico-racial em si, mas pelo fato dele considerar Trump o 1º presidente cuja ideologia política é explicitamente a supremacia branca. Certo ou não, o fato é que Trump também se elegeu tendo o apoio de negros, principalmente da ala conservadora norte-americana. Em seu discurso de posse, Trump prometeu "forjar uma sociedade que não veja cor de pele e seja baseada no mérito", alavancando uma ideologia meritocrática e negando os aspectos sociais e econômicos aos quais negros e imigrantes são submetidos no país. O novo presidente também concedeu, recentemente, perdão a policiais condenados por matar um homem negro em Washington. Se fosse um xadrez, poderíamos dizer que o destaque dado aos CEOs de big techs na posse de Trump os confirmam no papel da rainha no tabuleiro. A primeira jogada da partida poderia ter vindo de Elon Musk, mas chegou por Mark Zuckerberg, com quem Trump se encontrou em novembro do ano passado. CEO da Meta, dona do Facebook e do Instagram, Zuckerberg anunciou o fim dos programas de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) nas empresas, além do fim do sistema de checagem de fatos por profissionais. Nas redes, houve rebuliço diante da dúvida se haverá ou não a possibilidade de termos e expressões racistas não serem mais filtrados pela plataforma. |