Spin x C3 Aircross: veja qual é a melhor opção entre carros de sete lugares

O embate dos carros com sete lugares acaba de virar o centro das atenções com a chegada do Chevrolet Spin renovado. Durante mais de uma década, só ele ocupava o posto de modelo "de entrada" e, apesar de já fazer tempo que a febre dos monovolumes virou coisa do passado, o modelo da GM nunca decepcionou nas vendas. O motivo, claro, é a sua ótima relação entre custo e praticidade.

Mas agora a Stellantis tem o Citroën C3 Aircross com sete lugares, que além de ser mais moderno, é um SUV (categoria em alta no país há anos). Em resposta a isso - e, claro, pelo fato de o projeto original já estar defasado - a GM finalmente deu uma boa atualizada na linha 2025 do seu produto.

Mas será que o Aircross, que acabou de chegar, tem mesmo tudo o que precisa para superar os 12 anos de mercado do modelo da Chevrolet? Em relação ao modelo anterior, o francês dava um show, mas será que agora o jogo mudou? É o que vamos descobrir.

Preço

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Fato é que a versão mais acessível do C3 Aircross com sete lugares é bem mais em conta do que a rival. Enquanto a Citroën cobra a partir de R$ 120.990 pela inclusão da terceira fileira, no Spin, isso não sai por menos de R$ 137.990 (R$ 17 mil de diferença).

O mesmo vale quando comparamos as versões mais caras de ambos em suas versões com sete lugares. No caso do Aircross 7 Shine, custa R$ 136.590. Já o Spin Premier sai por R$ 144.990 - R$ 8.400 de diferença.

Design

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Beleza nunca foi o ponto forte do Spin, mas melhorou na reestilização de 2018 e muito mais agora, com a chegada da linha 2025. O conjunto óptico de LED ficou mais afilado e imponente, combinando bem com a nova grade maior, mais larga e com novo padrão de grade.

Atrás, as lanternas foram substituídas por peças maiores e mais robustas, unidas por um filete cromado que passa pela tampa do porta malas. O interior, por sua vez, mudou demais. Agora o volante e o painel têm linhas similares às do Tracker, superfícies com mais refinamento e telas que saltam aos olhos.

Já o C3 Aircross também tem projeto bem recente (já que estreou mundialmente no fim do primeiro semestre do ano passado e no final de novembro no Brasil). Ainda que seu rival tenha herdado alguns atributos dos SUVs, é o Citroën que, de verdade, ocupa essa badalada categoria.

Se destaca pelas superfícies em preto brilhante, pintura bicolor (dependendo dos opcionais), identidade bem reforçada com luzes de LED afiladas, interior com superfícies em vários tons e texturas, bancos com formas costuradas, dentre outros pontos.

O C3 também é muito bom na hora de passar a impressão de robustez, uma vez que une linhas arredondadas e afiladas com uma silhueta mais quadrada em algumas partes. No geral, é mais descolado do que o Spin, e por isso que leva a vantagem nesse ponto.

Vida a bordo

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Quando o assunto é acomodação para as malas, o Spin é o vencedor. Com duas fileiras, tem 553 litros (ou 162 litros com os sete lugares à disposição). Já o seu rival francês tem, respectivamente, 493 litros e 47 litros. Ninguém se atreve a bater as minivans nesse quesito.

Por outro lado, o SUV contra-ataca no espaço livre para quem vai na segunda fileira. Sobra muito espaço (muito mesmo) e até mesmo adultos de grande estatura podem se acomodar tranquilamente. Isso já não ocorre com o modelo da GM, que dispõe de uma distância apenas mediana entre as pernas dos ocupantes e as costas dos bancos da frente.

Entretanto, o Spin tem melhor acabamento. Conta com materiais requintados, suaves ao toque e texturizados, enquanto o Citroën se limita apenas a algumas texturizações, sem superfícies macias.

A novidade da GM também conta com maior capacidade para objetos na cabine (com nichos incluindo apoio para smartphones próximo da maçaneta da porta e segundo porta-luvas emborrachado).

Outro ponto que favorece a minivan da GM é a experiência do usuário com a conectividade, já que sua multimídia tem uma ergonomia ligeiramente superior. Por isso, no geral, é ela quem leva a melhor nesse ponto.

Equipamentos e segurança

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Para começar, vamos falar do Aircross. Pode vir com, no máximo, central multimídia de 10" com Android Auto e Apple Carplay sem fio com comandos no volante, cinco entradas USB, incluindo duas para a segunda fileira, monitoramento de pressão dos pneus, controle de estabilidade e tração com assistente de partida em rampa, luzes de condução diurna (DRL), seis alto-falantes, rodas de liga leve de 17", sistema de ventilação no teto, apoio de braço no banco do motorista, quatro airbags, faróis de neblina, câmera de ré, bancos e volante com forração de couro e controlador de velocidade com limitador integrado.

Já o Spin na versão de topo, por sua vez, vem com seis airbags, cintos dianteiros com pré-tensionador, aleta de não afivelamento dos cintos, faróis e lanternas de LEDs, câmera de ré, painel digital de oito polegadas, central multimídia de 11 polegadas, sistema de monitoramento remoto OnStar com wi-fi, segunda fileira com bancos corrediços e controle de velocidade de cruzeiro.

Ainda traz dutos de ventilação traseiros, bancos e volante com revestimento de material sintético similar a couro, ar-condicionado digital, partida por botão, sensor de chuva, sensor crepuscular, sensores de estacionamento traseiros, computador de bordo, rodas de liga leve de 16 polegadas, alerta de colisão, alerta de saída de faixa, alerta de ponto cego, frenagem automática de emergência, indicador de distância do carro à frente e carregador de celular por indução.

Com isso, o Spin é quem, claramente, se consagra vitorioso nesse ponto de avaliação.

Conjunto mecânico

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O Spin é o único modelo da gama atual da Chevrolet que usa o motor 1.8 SPE/4 Eco. Evolução do antigo Família I, o conjunto recebeu várias melhorias ao longo dos anos para se manter minimamente eficiente. São 111 cv com etanol e 106 cv quando o combustível é a gasolina. Já o torque máximo é de 17,7 kgfm e 16,8 kgfm, respectivamente.

Associado ao câmbio automático de seis marchas, o motor não esbanja fôlego nas acelerações e retomadas de velocidade. Ele também não é o mais silencioso em funcionamento, uma vez que o nível de ruído dentro da cabine é um pouco mais alto do que o desejado. Ainda assim, é bem elástico.

Apesar de competente e barato de manter, não é páreo para o motor 1.0 turbo de 130 cv e 20,4 kgfm, que funciona aliado a um câmbio automático CVT. Ele é fundamental para a evolução linear das rotações do motor e o mantém sempre em sua faixa mais eficiente.

Ainda assim, se não estiver no modo Sport e você quiser pisar fundo no acelerador, o motorista vai sentir um pouco de atraso na resposta. Aos que gostam de envolvimento ao volante, o que agrada é o seu ronquinho mais grave e até os espirros do turbocompressor.

Aqui poderia haver um empate técnico, pois depende das necessidades de cada público específico que estiver procurando um carro de sete lugares. Entretanto, no geral, o francês ainda acaba falando mais alto pela modernidade.

Consumo e desempenho

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O Spin é mais lento, como é de se esperar. Acelera até 100 km/h em 11,8 segundos (ante 9,7 segundos do Citroën) e atinge os 168 km/h (menos do que os 191 km/h do SUV da marca francesa).

Já o consumo do C3 Aircross, segundo o Inmetro, é de 10,6 km/l (gasolina) e 7,4 km/l (etanol) na cidade e de 12 km/l (gasolina) e 8,6 km/l (etanol) na estrada. O da minivan da Chevrolet, por sua vez, faz 10,5 km/l na cidade e 13,4 km/l na estrada com gasolina, além de 7,3 km/l e 9,3 km/l, respectivamente, com etanol.

Logo, por muito pouco o Citroën é melhor na cidade, mas o Spin é consideravelmente superior na estrada, graças ao novo módulo eletrônico de gerenciamento do motor (o mesmo do Tracker).

Mais uma vez, poderíamos declarar empate técnico. Enquanto o carro da GM contribui mais para a economia na hora de abastecer, a relação entre desempenho e eficiência do C3 ainda é a mais vantajosa - algo que se torna verdadeiramente evidente quando ambos os carros estiverem lotados de malas e passageiros. Pelo equilíbrio, é mais justo dar a vitória ao francês novamente.

Veredito

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O Spin é indiscutivelmente o vencedor entre aqueles que priorizam conectividade, acabamentos mais refinados, quantidade e modernidade dos equipamentos, sobras de espaço para malas e objetos com ou sem os sete lugares à disposição, além de gastos com abastecimento e manutenção reduzidos.

Já o seu rival da Stellantis, que é mais descolado e jovial, promove uma viagem mais ágil e silenciosa, com mais espaço para quem vai na segunda fileira. Muitos também vão achar ele mais valente na hora de transpor obstáculos e terrenos de baixa qualidade. Sem falar que é o que tem o preço mais camarada.

Ainda que o quesito do preço seja crucial para fazermos uma análise de custo-benefício (que favorece o Aircross), o ponto de encontro entre as duas versões merece atenção (no caso, a topo de linha do Aircross com a intermediária do Spin) - já que o nível de equipamentos acaba ficando mais equivalente.

Em relação à versão topo de linha, a intermediária do Spin fica sem alerta de colisão, alerta de saída de faixa, alerta de ponto cego, frenagem automática de emergência, indicador de distância do carro à frente, carregador de celular por indução, bancos com revestimento de material sintético similar a couro, grade dianteira com detalhes cromados, rodas com 16 polegadas com acabamento usinado e rack de teto preto.

Por isso, nessa opção, a escolha vai puramente de gosto e necessidade. Aos que querem economizar ao máximo, o Citroën na versão de entrada é a melhor pedida. Para quem quer tudo o que dá para um carro com sete lugares, não dá para competir contra o Spin topo de linha.

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