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Startups de seguros 'atacam' fraquezas de seguradoras e crescem no país

Startups como a Thinkseg apostam em modelos como o seguro "pay per use" - Divulgação
Startups como a Thinkseg apostam em modelos como o seguro 'pay per use'
Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo (SP)

03/12/2020 16h11

As startups estão surgindo com força no mercado de seguros automotivos.

Ao oferecer soluções práticas para os clientes, as novas empresas conquistam espaço sobre o modelo tradicional das grandes seguradoras.

Mas isso não significa que as gigantes do setor devem se voltar contra as startups. Pelo contrário.

"É claro que uma grande seguradora vai ter sua glória se entrar em um novo mercado, mas haverá uma longa estrada a percorrer.. Existe muita oportunidade nesse mercado. O que acho que elas (seguradoras) devem fazer é criar um ecossistema de startups, e não precisam nem dizer que os serviços são fornecidos por insurtechs, mas sim pelas próprias seguradoras", sugere Alexandro Barsi, CEO da Verity, consultoria de TI, Negócios e Processos.

Méritos das startups

Alexandro diz que o motivo pelo qual as startups estão ganhando espaço rapidamente é simples.

"As startups nascem justamente por atacarem onde está a 'dor' da empresa. E isso pode fazer com que as seguradoras comecem a rever seus negócios e se preocupar em trazer uma experiência de qualidade", analisa.

É com base nesse raciocínio que startups como a Thinkseg ganharam terreno no mercado.

Além de oferecer a modalidade de seguro 'pay per use' (na qual o cliente paga um valor de acordo com a quilometragem rodada a cada mês), a empresa traz inovações, como a promessa de ressarcir o prejuízo do cliente em até uma hora em caso de batida.

Ajuda da Inteligência Artificial

A medida será possível graças a uma parceria com a startup Cilia, que permitirá o uso de tecnologia de inteligência artificial na área de vistoria e orçamentos de veículos.

Com isso, a análise de risco dos acidentes com carros poderá ser realizada mais rapidamente, reduzindo também o tempo para aprovação de consertos e reparos.

"O segurado vai poder optar em receber um crédito na hora na sua wallet ou que a empresa repare o veículo. Através da IA do Cília esse processo será quase instantâneo", afirma o CEO da Thinkseg, Andre Gregori.

O cliente da Thinkseg poderá enviar fotos do veículo batido por meio de um aplicativo desenvolvido pela startup. A partir das fotos, o algoritmo Cilia avalia a condição de cada peça interna ou externa na região da colisão. Essa análise resulta em um mapeamento tecnológico, que realiza a comparação da imagem em um banco de dados armazenado.

Assim, a tecnologia consegue estimar o preço das peças danificadas, rastrear a disponibilidade das peças no mercado, calcular a quantidade de horas necessárias para o reparo e estimar o orçamento total ao cliente. O aplicativo indica até uma entre as quase cinco mil oficinas cadastradas na base de dados para a prestação do serviço.

De acordo com a Thinkseg, a principal vantagem está mesmo na agilidade. Isso porque, nos seguros tradicionais, o cliente pode ter de esperar até 10 dias para a aprovação do orçamento. Só a partir daí é que o veículo começa a ser reparado. Assim, o processo inteiro de conserto pode levar um mês ou mais.