China, EUA e Europa: quem manda no mundo quando o assunto é carro elétrico?
Estudo mostra que incentivar cadeia produtiva é fundamental na transição para veículos elétricos
Os planos em veículos elétricos já anunciados pelas montadoras somam US$ 150 bilhões e devem gerar vendas de mais de 13 milhões de unidades por ano até 2025, o que equivale a uma taxa de crescimento anual de 35% -- ao passo em que corresponderá a 10% das vendas gerais de automóveis naquele período.
Estas são algumas das conclusões do estudo que o Conselho Internacional sobre Transporte Limpo (ICCT na sigla em inglês) divulgou esta semana. A análise do mercado global de veículos elétricos, incluindo a avaliação dos principais fabricantes e as políticas de apoio implementadas para estimular esses investimentos, conclui que embora a indústria automotiva no geral esteja dando os primeiros passos, grandes empresas já se aproximam de economias de escala com mais de 100.000 veículos elétricos por ano.
Por trás destes números estão políticas públicas que favorecem tanto o lado do consumidor quanto o dos fabricantes.
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Até o momento, três quartos dos veículos elétricos vendidos foram fabricados na mesma região em que foram comercializados, mostrando a importância das políticas do lado da demanda, para reduzir as barreiras e aumentar o mercado; e dos regulamentos e da política tributária para impulsionar simultaneamente os investimentos industriais.
Fazer bateria é preciso
Atualmente os três principais mercados para veículos elétricos no mundo -- China, Europa e EUA -- são também os locais onde a maioria dos veículos elétricos é produzida. Com base nos anúncios de fábricas de baterias já feitos, espera-se que a maioria das manufaturas globais de células de bateria estejam na China.
"Quem quiser fazer o mercado avançar na mudança para carros elétricos deve buscar políticas que quebrem as barreiras dos consumidores e que também estimulem as grandes empresas a investir", destaca Nic Lutsey, co-autor do estudo. "O mercado está avançando rapidamente e os governos líderes podem garantir que suas indústrias estejam à frente com políticas de longo prazo para veículos elétricos e baterias."
O crescimento dos veículos elétricos ressalta os esforços em todo o mundo de adaptação às regulamentações de emissões de CO2 e para promover os investimentos necessários na indústria para permitir a transição para a motorização elétrica. Os Estados Unidos estão considerando enfraquecer sua regulamentação, embora o crescimento do mercado de veículos elétricos na Califórnia esteja aumentando.
A União Europeia está considerando a regulamentação de CO2 de veículos automotores até 2030 com benchmarks de veículos elétricos e está trabalhando simultaneamente para investimentos em baterias muito maiores por meio de sua "Battery Alliance".
Para o vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, "as baterias estão no centro da revolução industrial".
"O desafio de criar uma indústria de produção de baterias competitiva e sustentável na Europa é imenso. Precisamos avançar rapidamente nesta corrida global. A Comissão Europeia apresentará 'Plano de Ação Estratégico' para baterias que contribuirá para criar este ecossistema inovador, sustentável e competitivo para baterias na Europa. Estou convencido de que temos tudo para nos tornarmos líderes globais em inovação, descarbonização e digitalização. "
Principais produtores de automóveis elétricos
Segundo o ICCT, dos 20 maiores produtores de veículos elétricos, nove estão sediados na China; quatro na Europa; três no Japão; três nos EUA; um na Coreia do Sul.
Em termos de participação global, o ranking é formado por:
- China: 50% da produção do mundo (em 2017)
- Europa: 21%
- EUA: 17%
- Japão: 8%
- Coreia do Sul: 3%
Principais produtores de baterias
De 2011 a 2015, o Japão foi de longe o maior produtor global de conjuntos de baterias para veículos elétricos. Em 2016, começou a virada da China, que ultrapassou Coreia do Sul e o próprio Japão.
Atualmente, os chineses superam a produção de baterias dos EUA em 11 vezes. A vantagem para a Europa é de 22 vezes.
Até 2022, a China deverá se tornar responsável mais de 50% da produção global de baterias, contra participações de 12% a 17% da Europa (se a "Battery Alliance" vingar), Coreia do Sul e EUA, respectivamente.
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