"Rota 2030 não tem ponto positivo", diz especialista sobre o novo programa

Coordenador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Antônio Jorge Martins diz que "Rota 2030" apresenta pontos negativos; veja quais
É aguardado para os próximos dias o anúncio do novo programa de estímulos ao setor automotivo, pelo presidente Michel Temer, o "Rota 2030", substituto do "Inovar-Auto" que vigorou até o final do ano passado.
O texto já estaria em processo de finalização, apesar de um atraso na elaboração dos termos do Rota 2030, provocado pelas divergências entre o Ministério da Fazenda e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) sobre a renúncia fiscal, no valor aproximado de R$ 1,5 bilhão ao ano.
Para o coordenador do MBA em Gestão Estratégica de Empresas da Cadeia Automotiva da Fundação Getulio Vargas (FGV), Antônio Jorge Martins, o Rota 2030 apresenta pontos negativos.
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Ele cita a elevação do deficit fiscal do Governo em um momento econômico não apropriado para o país e a dificuldade do Governo em planejar, acompanhar e controlar os benefícios a serem obtidos com incentivos fiscais. "O Brasil deve se considerar no fim do ciclo de subsídios clássicos e creditícios por óbvia restrição fiscal", explica.
Segundo o especialista, "com o desafio de elevar a competitividade no mercado brasileiro, os investimentos das montadoras automotivas serão realizados pelas empresas com ou sem incentivos". E acrescenta: "Se olharmos para casos similares anteriores, como, por exemplo, para o setor de informática e de telecomunicações, em que as empresas usufruíram da mesma modalidade de incentivos, não existe nada de destaque tecnológico em que o país tenha se beneficiado com a renúncia fiscal ocorrida anteriormente".
Por último, não há com o que se preocupar com a possível elevação das importações do setor automotivo, pois, segundo a OMC, o Brasil é o país mais fechado entre os 156 maiores países, além de ser o mais fechado em termos de importação entre 171 nações.
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