Toyota já testa Prius com motor híbrido flex; USP e UNB vão ajustar o carro

Engenheiros e especialistas ouvidos por UOL Carros confirmam que o primeiro passo para a eletrificação de automóveis no Brasil será a chegada de modelos híbridos com um tempero local: sistema de injeção flex. A tecnologia, que por aqui é padrão em veículos de grande volume e está presente até em modelos premium (BMW, Mercedes-Benz e Audi são exemplos), ainda não está associada aos híbridos. Mas isso está bem perto de mudar.
A Toyota já tem um protótipo do Prius adaptado ao sistema flex "praticamente pronto". Agora começa uma maratona de testes que terá duração de pelo menos um ano, a ser realizada em parceria com universidades como a UNB (de Brasília-DF), USP (São Paulo), entre outras, justamente para auxiliar a marca a fazer o ajuste na calibração do motor a combustão.
"Com o Prius flex, teremos uma das melhores combinações possíveis, oferecendo grande autonomia e baixas emissões com um combustível proveniente de matriz energética limpa e renovável, que é a cana-de-açúcar", afirma Ricardo Bastos, diretor de relações públicas e governamentais da Toyota do Brasil.
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Ajuda dos universitários
Segundo o executivo, uma ou duas unidades do Prius flex começam a rodar em breve, simulando situações cotidianas. Os carros vêm diretamente do Japão, mas o desenvolvimento do sistema flex contou com participação da engenharia brasileira, com apoio técnico das universidades.
Bastos também afirmou que ainda não foram realizados testes para avaliar a autonomia do Prius com etanol. No Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, o híbrido da Toyota já é o modelo apresenta mais econômico do Brasil, com médias de 18,9 km/l de gasolina na cidade e de 17 km/l na estrada.
Movido pelo conjunto de motor 1.8 a gasolina com outro elétrico, gerenciados por um câmbio CVT, tem 123 cv.
Quem já está pensando em comprar o Prius flex deverá, no entanto, ter paciência. Bastos adianta que a curto prazo o carro não será lançado comercialmente e vai passar por ao menos um ano de testes de validação -- sem contar o período necessário para homologação no Inmetro.
De acordo com Ricardo Takahiro, membro da Comissão Técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da SAE Brasil, nosso país também não conta com laboratórios para homologar híbridos, obrigando as montadoras a fazer isso no exterior, o que demanda mais tempo e dinheiro.
Bastos também não espera, de início, incentivos governamentais relevantes para reduzir o preço e alavancar a venda de híbridos e elétricos, que hoje recolhem até 25% de IPI -- pelas regras atuais, o Prius recolhe mais IPI (13%) que o Corolla 2.0 (11%).
Vale destacar que desde 2014 elétricos, híbridos e carros movidos a célula de combustível (como o Toyota Mirai, que nunca rodou no Brasil) tiveram o Imposto de Importação reduzido de 35% para uma faixa entre 0% e 7%, dependendo do modelo -- atualmente, o Prius recolhe uma alíquota de 4% desse tributo. "No momento atual, qualquer incentivo de parte do governo precisa ser muito bem pensado. Temos de levar em conta a atual situação econômica", avalia Bastos.
Flex e "made in Brazil"?
O mais provável é que o Prius continue sendo importado do Japão, mesmo depois de ganhar sistema flex. Paralelamente, apostamos que será outro carro da Toyota, a nova geração do Corolla, o primeiro híbrido bicombustível a ser fabricado no Brasil. O novo Corolla deverá ser lançada em 2019 e usará a mesma plataforma global TNGA do Prius.
"Localizar a tecnologia híbrida é de nosso interesse, não sei dizer se será o Prius ou outro carro", antecipa o diretor da Toyota, explicando que a montadora também precisa aguardar o anúncio das novas regras de eficiência energética e de incentivos do "Rota 2030", novo regime automotivo nacional, cuja definição pelo governo está atrasada.
Ter um modelo "verde" nacionalizado é fundamental para os planos da marca, mas a Toyota já celebra o panorama atual: "Este ano vamos bater recorde, com elevação superior a 600% na comparação com o ano passado, quando comercializamos cerca de 500 unidades. Ainda é um volume pequeno, mas em crescimento", celebra Bastos.
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