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Como Lexus se prepara para 'virar a página' e decolar em vendas no Brasil
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No mercado de marcas de luxo, já quase não há híbridos paralelos, que são aqueles com baterias pequenas recarregadas por meio de frenagem e desaceleração. Marcas como Audi, BMW, Mercedes-Benz, Porsche e Volvo têm modelos plug-in, alimentados por energia proveniente da tomada e com mais capacidade de rodar usando apenas o modo eletrificado.
Algumas usam sistemas híbridos leves. A tecnologia, feita para reduzir as emissões de poluentes, usa motor elétrico apenas para auxiliar o a combustão. O propulsor a eletricidade não é capaz de movimentar as rodas.
Fato é que o híbrido plug-in virou uma febre entre os consumidores de carros de luxo. Se há ainda muita resistência ao 100% elétrico, todo mundo quer a facilidade de recarregar seu carro na tomada caseira, como um smartphone, e praticamente eliminar as paradas no posto de combustível no uso cotidiano, nas cidades.
Na hora de pegar a estrada, não há perrengue: basta acionar o motor a combustão e ser feliz. Mas, entre as marcas de luxo, uma não oferece híbridos do tipo plug-in. Trata-se da Lexus, tema desta reportagem.
Quem é a Lexus no Brasil?
A Lexus é a marca de luxo do Grupo Toyota, e foi criada com foco no mercado norte-americano. Está no Brasil há mais de década. Há muitos consumidores que acreditam ter sido a Volvo a primeira montadora a ter uma linha exclusivamente eletrificada no Brasil. Eu mesma já cometi esse erro.
O mérito não é da sueca. A Lexus eletrificou sua linha antes da Volvo. O problema? Eletrificou e parou. Assim como os Toyota Prius, Corolla e Corolla Cross, os modelos da japonesa luxuosa são todos híbridos paralelos.
Por aqui, a Lexus vende quatro produtos, em diversas versões. O UX é chamado pela marca de compacto - porte de X1, XC40 e Q3, entre outros. Já o NX é um médio - com dimensões semelhantes às de X3, XC60, Q5 e GLC. Há também o ES e o RX, este por enquanto apenas nas versões 450.
No ano passado, a Lexus vendeu apenas 488 carros no mercado nacional, de acordo com dados da Jato Dynamics. Para comparação, foram comercializados 13.795 BMW, 5.485 Audi, 5.270 Volvo, 4.977 Mercedes-Benz, 3.650 Land Rover e 3.223 Porsche - os números referentes a essas marcas foram divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Por que vende pouco
A timidez em vendas da Lexus não é de hoje. Ela acompanha a marca desde sua estreia no Brasil.
A Toyota também não promove tanto a sua marca de luxo. Este ano, no entanto, planeja mudar esse panorama, dando mais atenção à Lexus. O objetivo é dobrar o volume de vendas de 2022.
Outro fator é a ausência de um híbrido plug-in. Se os paralelos estão ganhando mais representantes e relevância entre as marcas generalistas, e despertando desejo dos consumidores desse tipo de produto, no mercado de luxo eles são coisa do passado. Diante da oferta atual, a tecnologia já está defasada.
A marca, no entanto, vai virar essa página. Um modelo plug-in está nos planos da montadora, e deverá vir até o ano que vem. Porém, não será o próximo lançamento da marca, o RX 500h, com estreia prevista para abril.
Apesar de o RX 450h ter versão plug-in, a que será trazida ao Brasil será híbrida paralela - sistema semelhante ao do Corolla Cross. Mas existe um outro modelo recarregável na tomada que poderia ser mais interessante para uma virada de página da marca. Trata-se do NX 450h+, que testei em Dallas, nos Estados Unidos.
NX 450h+
Além de ser um híbrido plug-in, o NX 450 h+ tem como diferencial fazer parte de um dos segmentos que estão mais em alta no mercado de luxo: o de SUVs médios. Na categoria, a referência é o XC60. E o Lexus não fica devendo em quase nada ao Volvo.
O NX 450h+ é potente, ágil, tecnológico e muito luxuoso. Seu design chamativo, com os faróis full-LEDs antiofuscamento e a imensa grade frontal escura integrada ao para-choque, é também um destaque.
O Lexus NX 450h+ tem 4,66 metros de comprimento, 6 cm a mais que o RAV4, com o qual compartilha plataforma. E apesar de ser 7 cm mais curto que o XC60, não fica devendo ao Volvo nem em espaço interno, nem em porta-malas.
No caso do compartimento de bagagem, cuja tampa tem abertura elétrica, não há um espaço que chame a atenção, apesar dos 500 litros. Porém, é semelhante tanto ao do XC60 quanto ao do Audi Q5, outro importante modelo dessa categoria.
Quanto ao espaço traseiro, ele é também tão razoável quanto o desses concorrentes. O túnel central não é muito alto. Por isso, um eventual terceiro passageiro não viaja com o desconforto de manter as pernas para cima. Elas ficam quase coladas aos bancos. O entre-eixos é de 2,71 metros.
Tecnologias e acabamento
O luxo do acabamento interno chama muito a atenção. Há materiais emborrachados e macios ao toque, couro e até detalhes de madeira. Apesar de sóbria, a cabine é uma atmosfera de muita sofisticação.
O Lexus NX 450h+ vem com um imenso Head Up Display, repleto de informações úteis como o leitor de placas e os dados do navegador GPS fácil e intuitivo de usar - além de conectado ao sistema de trânsito, nos EUA.
O painel digital e o multimídia de tela plana (não há a famosa TV de tubo dos Toyota) são integrados e formam um bonito conjunto. A central é sensível ao toque, intuitiva e tem entre os destaques o sofisticado sistema de câmeras 360 com vista aérea.
Além de oferecer visualização nítida, em alta definição, traz uma tecnologia de monitoramento. Ao ligar o carro, há um giro 360 que inclui todos os seus cantos e eventuais pontos cegos. É mais legal que a do XC60. O sistema de som da Mark Levinson é outro destaque.
O Lexus também não fica devendo ao SUV da marca sueca em tecnologias de assistência. Seu sistema semiautônomo de condução é tão eficiente quanto o do Volvo. E essa montadora, em minha opinião, é referência no Brasil quando o assunto é o recurso que permite ao carro acelerar, frear e virar o volante em algumas situações sem interferência do motorista.
Desempenho
Aqui é o único ponto em que o NX 450h+ fica atrás do XC60. É difícil superar a agilidade do Volvo, cujo conjunto híbrido entrega quase 500 cv de potência. No Lexus, são 304 cv, gerados pela combinação do motor 2.5 a combustão e dois elétricos.
A tração é 4x4, como a do Volvo. Mesmo sem ter todo o ímpeto do XC60, o NX 450h+ acelera muito bem, especialmente no modo esportivo de condução, que deixa as respostas mais rápidas. São apenas 6 segundos para ir de 0 a 100 km/h, e o motor entrega até um som de esportividade.
Mas o maior destaque do desempenho do Lexus é a dirigibilidade, com direção de respostas precisas e carroceria firme nas curvas. Na comparação com o Volvo, o NX plug-in é mais equilibrado de conduzir.
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