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Ford Maverick: veja os pontos negativos e positivos da nova picape

Ford Maverick Lariat FX4 - Marcos Camargo/UOL
Ford Maverick Lariat FX4 Imagem: Marcos Camargo/UOL

Colunista do UOL

21/02/2022 04h00

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Há algumas semanas, fiz uma análise sobre o posicionamento de mercado da nova Maverick, a releitura não de um carro, mas de um dos nomes mais icônicos da história do automóvel. Antes associado a um cupê, esse nome agora é de uma picape nos moldes da Fiat Toro. Ela foi lançada pela Ford no Brasil por R$ 239.990.

A primeira análise que publiquei sobre a Maverick tinha como debate ela ser ou não rival da Toro. A Ford a lança como um modelo que inaugura um segmento mas, essencialmente, ela tem características muito semelhantes às do veículo da Fiat.

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Porém, além de um pouco maior e mais espaçosa, investe em amplo pacote de tecnologia e anda muito. Isso acaba deixando o preço mais alto - muito ou um pouco, dependendo da versão da Toro com que a Maverick é comparada.

Rivalidade à parte, a nova Maverick tem coisas que são muito legais. Outras não são tão bacanas. Veja quais são os principais pontos positivos e os negativos da picape da Ford, que tem tudo para ser um dos veículos mais vendidos pela marca no mercado brasileiro.

Pontos positivos

Ao realizar um teste completo com a Ford Maverick, a coisa que mais me surpreendeu foi o espaço interno. Em uma primeira olhada, no ano passado, não parecia grande coisa. Mas, ao passar alguns dias com a picape e rodar por aí com ela, vi que estava enganada.

Picapes costumam ter espaço no banco de trás como ponto fraco, pois o dividem com a caçamba. Mas a Maverick acomoda muito bem até três pessoas nessa parte tanto em relação às pernas quanto à cabeça. O túnel central não é alto.

Além disso, sobre o banco de trás há espaço para levar bagagem e objetos. São 73 litros de capacidade e a operação é simples, sem exigir grande esforço.

A Maverick se destaca ainda pela infinidade de porta-objetos, que ressaltam sua aptidão de veículo pensado para a praticidade. Aptidão reforçada pelo freio de estacionamento elétrico.

Esse item, que reforça a comodidade, é controverso em picapes. Há quem diga que não é adequado, já que esses veículos foram feitos para transporte de carga. Porém, algumas o oferecem, entre elas a grandalhona Ram 1500 - que pode levar mais carga que a maioria dos robustos modelos a diesel vendidos no Brasil.

Sob o capô está um destaque da Maverick, o motor 2.0 de 253 cv. Andar bem é com ela mesmo. As acelerações e retomadas são bem rápidas e, se for para comparar com a Toro, com certeza a picape da Fiat ficará bem para trás.

A dirigibilidade chama a atenção para uma picape. A Maverick tem boas respostas de direção e uma levíssima inclinação de carroceria em curvas, bem inferior à média do segmento. O fato de ser feita sobre base de carro de passeio - a mesma do Bronco Sport - contribui para essa característica, embora possa comprometer a robustez.

Pontos negativos

Se a Maverick anda bem, ela cobra caro por isso. O consumo no teste que fiz na estrada me deixou negativamente surpresa. Foram 8,3 km/l. De gasolina, já que o modelo não tem tecnologia flexível.

Tudo bem que a Maverick é uma picape com ótimo desempenho. Mas, para um motor moderno, com injeção direta de combustível, e apenas a gasolina, a expectativa era de um consumo um pouco melhor. Em movimento também fica evidente outra falha do modelo: revestimento acústico.

Em alta velocidade, não se escuta apenas o som do motor invadir demais a cabine, mas também o do vento - mesmo com vidro fechado. A visibilidade traseira também não é das melhores.

O acabamento é controverso. Tem boa aparência e encaixes bem feitos, mas muito plástico duro. Com o som alto, em músicas com batida mais forte, dá para sentir as vibrações na porta. Algumas vezes, até escutá-las. É incômodo.

Se a vida é boa para quem vai no banco de trás quando o assunto é espaço, pode não ser tão legal em dias quentes. Não há saída de ar-condicionado atrás. Também faz falta na Maverick o carregador de smartphones sem fio.

Lá fora, até há versões com esse item, mas ele não veio ao Brasil. A configuração escolhida pela Ford para trazer o Brasil, aliás, é a FX4 Lariat, com tração 4x4 permanente.

E o preço?

O preço da Maverick é exatamente o esperado para uma picape de motor forte e com amplo pacote de tecnologia. Pode ser considerado alto, mas esse hoje é muito mais um problema do mercado de carros no Brasil do que da picape da Ford.

Para um modelo como esse, na atual conjuntura, o preço de R$ 239.990 (que em São Paulo sobe para R$ 245.990) é condizente com o produto.

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