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Primeira Classe

Ford Territory: o que SUV que chegou ao Brasil que tem de melhor e de pior

Colunista do UOL

17/08/2020 04h00

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Principal lançamento do mercado de carros neste mês de agosto, ao lado do Tiggo 8, o Ford Territory vem da China para atuar em um segmento muito apreciado tanto pelos clientes quanto pelas marcas, o de SUVs médios. São modelos de alto valor agregado, que garantem às montadoras uma boa margem de lucro.

Além disso, pelo menos dois integrantes do segmento vêm conseguindo números respeitáveis de vendas: Compass e Tiguan. O Jeep e o Volkswagen conseguiram tirar os SUVs médios da categoria de modelos de nicho.

A Ford, que deu início à moda dos SUVs com o compacto EcoSport, agora também quer sua parte entre os médios. Por isso mesmo, tem apontado o Territory como rival do Compass e do Tiguan - a categoria é bem mais extensa, com modelos como ix35, Tucson, RAV4, ASX e Equinox, entre outros.

Mas será que o Ford tem condições de brigar com o Jeep e o VW? Aqui, apontamos o que o Territory oferece de melhor e de pior.

O que o Territory tem de pior

A pior característica do Territory é seu porta-malas. E isso é uma falha muita grave no segmento de SUVs médios, com apelo familiar. O espaço para bagagens é fundamental. Desde que avaliei o modelo, na semana passada, e postei suas imagens e vídeo em minhas redes sociais, muitos conhecidos e seguidores vieram me perguntar sobre ele. Foi grande o interesse.

No entanto, todos perderam o interesse de compra ao saber da capacidade do porta-malas. O da versão Titanium, de topo, tem 388 litros. O da de entrada, SEL, pouco mais de 400. Fiz o teste prático na configuração mais cara.

A conclusão? É exatamente o porta-malas do Tracker, que não é referência nem entre os compactos. Coube exatamente o mesmo volume de bagagem que consegui colocar no Chevrolet.

Em relação ao Compass, até não há grande desvantagem. Mas, comparado ao Tiguan e seus 700 litros, há um abismo. Além do porta-malas, o Territory tem um multimídia confuso de usar e poluído visualmente.

Os botões de acionamento das funções, bem como dos bancos elétricos, são bem esquisitos. Fora isso, o carro não é dos mais ágeis. Ele traz um 1.5 turbo com bons números (150 cv), mas o câmbio CVT não ajuda muito na missão de fazer o Territory embalar.

A Ford optou por lançar apenas versões bem completas. Assim, o carro parte de R$ 165.900, e vai a R$ 187.900 na versão Titanium. Os valores são até interessantes quando comparados aos das versões equivalentes de Compass e Tiguan.

Porém, para realmente encarar esses modelos na briga por consumidores, uma opção mais em conta caíria bem. O Jeep parte de R$ 121.990 e o Volkswagen, de R$ 143.990. Diferentemente desses modelos, o Territory não tem opção de tração 4x4.

O que o novo SUV tem de melhor

O espaço interno é um atrativo e tanto no Territory. Possivelmente, por causa da aptidão familiar do segmento, o principal. Além de ter 2,71 metros de entre-eixos, o túnel central não é dos mais altos.

Há amplo espaço para pernas e cabeças dos ocupantes do banco de trás. O acabamento também chama a atenção. Eu ainda acho que o Compass é a referência da categoria nesse aspecto, mas o Territory investiu em materiais bonitos de olhar e agradáveis de tocar.

Apesar de usar um pouco de plástico duro, principalmente nas portas de trás, o Territory traz acabamento bem superior ao do Tiguan.

O carro também chama a atenção pela tecnologia embarcada. Tem ACC, um sistema de mudança de iluminação da cabine (com sete opções) e outros recursos de assistência à condução, como frenagem de emergência e estacionamento automático (Park Assist).

Testei o Park Assist e o considerei um dos grandes destaques do carro. Ele detectou uma vaga bem apertada e conseguiu parar o Territory no local sem grandes dificuldades. Não demorou muito (como ocorre com alguns carros que trazem essa tecnologia) nem fez manobras demais.

Eu gostei bastante do visual, e notei que ele gerou repercussão positiva nas redes sociais. Não achei, como muitos, que suas linhas são cópias das de nenhum modelo da Land Rover. O carro da Ford tem personalidade própria.