Paula Gama

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Carro voador arretado: como é o veículo brasileiro que deve chegar em 2024

Quando o assunto são carros voadores, ou eVTOLs (veículo elétrico de decolagem e pouso vertical), o Brasil está na vanguarda. Além de ser a sede de uma das maiores desenvolvedoras do mundo, a Eve, da Embraer, é a "casa" do Gênesis-X1, que está sendo desenvolvido pela startup cearense Vertical Connect. Com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2024, o veículo custará R$ 2 milhões.

O carro voador promete ser um grande diferencial na mobilidade urbana no futuro próximo. Com foco em pequenos deslocamentos urbanos, a proposta é de que ele seja elétrico e autônomo.

Nesse contexto, os Gênesis nascem com um diferencial: são seis modelos preparados para diversas atividades. A primeira das configurações a voar deve ser o GX-AB, que atenderá às necessidades dos agricultores e pecuaristas, com capacidade de 200 litros e dois suportes para irrigação.

Também há o GX-H, projetado para atuar como uma ambulância aérea em situações de emergência, proporcionando rapidez e eficiência no transporte médico, com capacidade de transporte de uma maca hospitalar.

Já o Gênesis-XF é pensado para o uso no combate a incêndios, sendo capaz de transportar até 200 litros de água. O GX-P, por sua vez, é voltado para o uso policial, dotado de câmera 4K de monitoramento online, aumentando a eficiência das forças de segurança.

Carro voador Gênesis - Vertical Connect
Carro voador Gênesis - Vertical Connect Imagem: Vertical Connect

Há ainda o modelo GX-L, projetado para a logística de entregas, com uma capacidade de carga útil de até 560 kg. E por último o Gênesis-X1, voltado para a mobilidade urbana e pequenos trajetos nas grandes cidades.

O modelo, que não precisa de piloto, tem espaço para dois ocupantes e será construído em composto de fibra de carbono aeronáutico, conferindo baixo peso e alta resistência da estrutura. São com 5 metros de comprimento, 4,8 metros de largura e 1,4 metro de altura.

Ele terá oito hélices e oito motores elétricos. Com o conjunto, poderá alcançar a velocidade máxima de 130 km/h em até 60 minutos de voo, com uma altitude de cruzeiro de pouco mais de 1,640 pés (cerca de 500 metros).

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A fábrica do Gênesis deve ser instalada na cidade de Itaitinga, na região metropolitana de Fortaleza. A Vertical Connect tem parceria com entidades como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), o governo do Ceará, o Banco Nordeste e o Governo Federal.

Carro voador ou helicóptero elétrico?

O termo "eVTOL", nome oficial dos "carros voadores", refere-se a "Electric Vertical Take-Off and Landing", ou seja, veículos elétricos de decolagem e pouso vertical. Essa tecnologia descreve a capacidade de uma aeronave de decolar e pousar verticalmente, sem a necessidade de uma pista de decolagem ou aterrissagem. A verdade é que essa descrição - e até a aparência - lembra muito mais um helicóptero do que, de fato, um carro.

A semelhança com o possante que temos hoje na garagem, no entanto, está no conceito. Embora os helicópteros também possuam capacidade de decolagem e pouso vertical, o termo "carro voador" é geralmente usado para descrever a próxima geração de veículos de transporte pessoal que estão sendo desenvolvidos com tecnologia avançada, como propulsão elétrica, automação e sistemas de gerenciamento de tráfego aéreo.

Assim como os carros, são planejados para a locomoção urbana. Também são uma estratégia para pôr fim ao trânsito caótico das cidades, tal como nos filmes de ficção científica. Portanto, seria mais uma evolução dos automóveis do que das aeronaves.

Já a diferença principal entre os eVTOLs e os helicópteros tradicionais está na tecnologia empregada. Os eVTOLs estão sendo projetados para serem mais eficientes, sustentáveis e silenciosos em comparação com os helicópteros - que atualmente são uma opção apenas para milionários.

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Os novos veículos geralmente apresentam múltiplos rotores ou hélices distribuídos em sua estrutura, o que permite um voo mais estável e seguro, além de uma redução significativa do ruído em relação aos helicópteros com apenas um rotor principal.

Outro detalhe importante: a ideia é que o eVTOL faça percursos curtos, entre 16 e 48 km, e menos de 20 minutos. Em entrevistas em todo o mundo, os executivos da Eve afirmam que será comparável ao valor de um corrida de aplicativo com a mesma distância, e a principal razão é a ausência do custo com combustível, já que será elétrico.

Segundo a empresa, o custo da viagem por pessoa é seis vezes menor do que em um helicóptero. Esses veículos também são projetados para serem operados de forma autônoma ou semiautônoma.

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